Agro: a era das fazendas inteligentes

A assistência técnica será muito beneficiada com o 5G
Plantadeiras se comunicam entre si e trabalhem sincronizadas em um mesmo terreno

A grande revolução no campo virá por meio da conectividade entre diferentes máquinas agrícolas, e tudo isso em um horizonte de até três anos após a implementação do 5G. Por meio de comunicação em alta velocidade, equipamentos trocarão informações entre si. Apenas para se ter uma ideia, uma plantadeira gera 1,5 GB de dados por plantio. Em uma fazenda médio porte, que utiliza 15 semeadeiras, em média, este volume totaliza cerca de 40 GB de informações – e somente uma pequena parcela é utilizado pelo agrônomo, muito em razão da qualidade precária da web. "Uma informação isolada não serve para nada. Com o 5G será possível que, com a depuração rápida de dados, o setor de engenharia possa analisar as vibrações do equipamento e antecipar o conserto de uma futura falha", exemplifica Cristiano Paim Buss, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Stara, de Não-Me-Toque (RS).

A assistência técnica será muito beneficiada com a nova tecnologia. Não será mais necessário que, em alguns casos, um mecânico tenha de se deslocar até a fazenda para consertar a máquina. No caso da Stara, um sistema que utiliza rádio na comunicação com os produtores torna possível que a assistência seja feita diretamente da fábrica. O Syncro (foto) é um sistema de transmissão de dados via rádio que permite a comunicação sincronizada entre máquinas da Stara. O sistema possibilita que até quatro plantadeiras se comuniquem entre si e trabalhem sincronizadas em um mesmo terreno. Em 2020, o Syncro foi disponibilizado para o distribuidor autopropelido Hércules 6.0. Uma das barreiras mais desafiadoras para o agronegócio será fazer com que o 5G chegue até as áreas rurais mais distantes. No Centro-Oeste, grandes fazendeiros estão instalando torres 4G nas localidades, pois não há como levar fibra ótica. Em média, eles têm desembolsado até R$ 1,2 milhão pela torre.

No Paraná, está em curso um projeto que segue o conceito globalmente conhecido como Smart Farming (Agricultura Inteligente). Com o propósito de integrar o sistema de informação de gestão, agricultura de precisão e automação agrícola e robótica em uma área em Ponta Grossa, a iniciativa partiu da Fundação ABC, instituição de pesquisa que tem como mantenedoras as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal. No local serão utilizadas as mais modernas tecnologias existentes para a condução de uma lavoura, inicialmente de soja, utilizando equipamentos de precisão, sensores, imagens de satélites e drones, por exemplo. O objetivo é avaliar, desenvolver, divulgar e propor aos cooperados as melhores práticas a serem tomadas, com técnicas como medição de condutividade elétrica do solo e sensor de identificação de ervas daninhas, gerando não apenas economia financeira como reduzindo o impacto ambiental, para tornar o processo agrícola mais sustentável.

O 5G, é claro, potencializará tudo isso. "Teremos um ganho não apenas na coleta de dados, mas também nas novas tecnologias que virão. O Sul é uma região privilegiada em termos de conectividade em relação ao restante do país", opina Luís Penckowski, gerente técnico e de pesquisa da Fundação ABC. Inúmeros experimentos poderão ser feitos na Smart Farming paranaense. O Veri é um deles. Trata-se de um equipamento parecido com uma grade, que testa a condutividade elétrica do terreno e possibilita identificar os diferentes tipos de solo ("manchas") da lavoura Os dados são transmitidos para um programa que elabora um mapa que indica os pontos onde devem ser realizadas as coletas para identificação da situação do solo. Resultado: mais exatidão na gestão da propriedade. Eficiência de quinta geração.

Este case faz parte da reportagem Revolução exponencial, publicada na edição 335 da revista AMANHÃ e pode ser lida na íntegra aqui, mediante simples cadastro. A matéria também foi publicada no Portal AMANHÃ com atualizações (acesse aqui).

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Quarta, 24 Abril 2024

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