Adoção do IoT movimentará US$ 8 trilhões na economia mundial
Instituído em junho de 2019, o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT) foi um dos temas da conferência de abertura do quinto e último dia do Innovation Tech Knowledge 2020 (ITK 2020). O evento, promovido pela Associação Sul-Riograndense de Apoio ao Desenvolvimento de Software (Softsul), aborda as tecnologias transversais em vários setores da economia nesta sexta-feira (9). Regiane Relva Romano, assessora do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) revelou como a IoT impactará os negócios.
Entre os objetivos do programa federal, estão melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos de eficiência nos serviços, por meio da implementação de soluções de IoT; promover a capacitação profissional relacionada ao desenvolvimento de aplicações de Internet das Coisas e a geração de empregos na economia digital; e incrementar a produtividade e fomentar a competitividade das empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT, por meio da promoção de um ecossistema de inovação no setor.
"Sabendo que não era impossível, o coronavírus foi lá e fez. Fomos obrigados a nos transportar para o futuro no presente", sentenciou, ao mostrar como a pandemia acelerou a incorporação da TI por empresas, governos e pessoas ao redor do mundo. Dados preliminares revelam que a adoção do IoT poderá jogar US$ 8 trilhões no PIB mundial até 2025 – 80% desse total vindo da iniciativa privada. Regiane detalhou os ganhos em quatro setores: cidades, meio rural, saúde e indústria, coincidentemente os mesmos escolhidos pelo governo federal como prioridades iniciais no plano nacional. A incorporação de tecnologias inteligentes nos municípios poderá fazer, por exemplo, com que o tempo perdido no trânsito seja reduzido em até 15%. O uso de câmeras também promete fazer com que a criminalidade recue 20%. Outro avanço poderá saltar aos olhos nas fazendas e nas fábricas: a produtividade poderá aumentar 25% no campo e na indústria a previsão é que esse índice chegue a 40%.
Recentemente, o Plano Nacional de Internet das Coisas foi alvo de críticas. Para especialistas, o programa é abstrato e não aborda conceitos de segurança. Leonardo Lemes, diretor de segurança cibernética na Service IT declarou em um webinário na quarta-feira (7) que o plano é um conjunto de diretrizes, mas que precisa de um desdobramento operacional para que saia do papel. "O programa é bastante abstrato e precisa ser desdobrado. Não existe uma relação de segurança com IoT, por exemplo", alertou Jeferson Nobre, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo ele, os fabricantes de dispositivos IoT devem adotar a segurança por design desenvolvendo produtos com foco em segurança. Caso isso não seja providenciado, diversos equipamentos conectados à rede podem se tornar uma vulnerabilidade, como as câmeras IP que hoje são muito utilizadas como botnets [número de dispositivos conectados à Internet, cada um executando um ou mais bots. As redes de bots podem ser usadas para executar ataques, como roubar dados, enviar spam e permitir que o invasor acesse o dispositivo e sua conexão] para ataques de negação de serviço (DDoS). Como o Plano Nacional de IoT não fala sobre a importância da segurança, Nobre vê nisso uma fragilidade.
Veja mais notícias sobre TecnologiaInfraestruturaEconomiaBrasil.
Comentários: