Desastre climático contribui para queda nas exportações no RS
Com plantas industriais paralisadas e rotas de transporte de insumos e produtos interrompidas ou prejudicadas, as exportações da indústria de transformação gaúcha sofreram forte impacto negativo no mês de maio. A retração foi de 19% na comparação com o mesmo mês de 2023, com queda em 18 dos 23 segmentos que realizaram embarques. "Além de fábricas fora de operação, a infraestrutura danificada contribui para maiores custos para a indústria gaúcha, tanto em transporte como na produção. A maior parte das plantas industriais está localizada em municípios atingidos pelo desastre climático", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Petry.
Embora tenha registrado faturamento de US$ 1,2 bilhão com as exportações, de acordo com os resultados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a indústria de transformação do RS vendeu US$ 282 milhões a menos do que no mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi influenciado diretamente por uma menor quantidade de produtos enviados ao mercado externo. A tragédia climática contribuiu para aprofundar o desempenho negativo dos embarques da indústria de transformação, que têm apresentado trajetória descendente desde janeiro de 2023.
Essas exportações ficaram em US$ 227,9 milhões, uma redução de 16,2%, abaixo da média verificada para o mês de maio nos últimos três anos. O Rio Grande do Sul importou US$ 772 milhões em mercadorias em maio. Isso corresponde a uma retração de US$ 540,9 milhões frente ao mesmo período de 2023 (-41,2%). A menor demanda gaúcha por bens intermediários e por bens de capital sinaliza um mercado interno menos aquecido, visto o menor consumo por parte da indústria gaúcha de insumos e maquinário utilizados diretamente no processo produtivo. A maior parte dos produtos importados pelo estado foram os pertencentes ao segmento de químicos.
Dificuldade no deslocamento
O aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, tem maior peso para as importações do que para as exportações. Quando o aeroporto teve suas operações interrompidas em 3 de maio, já havia certo volume embarcado. Já o Porto de Rio Grande, principal local de embarque das exportações gaúchas, continuou a pleno funcionamento mesmo com o estado de calamidade. Mas as rotas que ligam as plantas industriais até os portos e alfândegas foram bastante afetadas, tornando os deslocamentos mais longos e demorados. Esse cenário contribuiu para maiores custos de transporte para a indústria gaúcha, afetando tanto o produto final processado quanto os insumos utilizados no processo produtivo.
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