Virtueyes prevê R$ 20 milhões de investimentos nos próximos dois anos

Empresa de tecnologia de Novo Hamburgo expande negócios na América Latina e Estados Unidos com produtos de IOT
“O Brasil é um celeiro de oportunidades na área de conectividade. E não estamos nem no início da onda que vai ser o IoT daqui para frente”, prevê Taize

O ano é 2012. Três funcionários em uma sala de pouco mais de 30 metros quadrados no município de Venâncio Aires, no Rio Grande do Sul. Dez anos depois, 70 funcionários em três estados do Brasil, a maioria deles sediados em um prédio de 700 metros quadrados na cidade de Novo Hamburgo. Taize Wessner é o nome por trás do Grupo Virtueyes, que surgiu como uma spin-off de uma distribuidora de equipamentos de segurança eletrônica. Hoje, a empresa gaúcha é referência em soluções de conectividade M2M (machine to machine) IoT (Internet das Coisas), atendendo diversos segmentos e conquistando mercados em países como Chile, México e Estados Unidos.

A história começa em 2002 quando o pai de Taize, Osmar, fundou uma distribuidora de equipamentos de segurança eletrônica, que tinha como principais clientes grandes empresas de monitoramento do Rio Grande do Sul. O negócio consistia em comprar equipamentos de material de segurança, como câmeras eletrônicas e centrais de alarme, e revender para instaladores e lojistas. Com 14 anos de idade, Taize começou a trabalhar na empresa familiar, exercendo funções administrativas básicas. Aos 18 anos, cursando ciências contábeis, ela assumiu toda a área financeira da empresa. Em 2006, a empresa começou a trabalhar com equipamentos mais modernos, que demandavam conectividade M2M para transmissão de dados de monitoramento. Foi nesse momento que eles tiveram o primeiro contato com o conceito de IoT.

A nova tecnologia fez com que a empresa desenvolvesse também a expertise na negociação de conectividade junto às operadoras de telefonia. É então que nasce o que seria o embrião da Virtueyes, para fornecer conectividade às centrais de alarme revendidas pela distribuidora. Em 2012, a família Wessner realiza seu primeiro M&A (sigla para Mergers & Acquisitions, que significa fusões e aquisições em português) tornando a Virtueyes uma empresa independente sob a gestão de Taize, que tinha então 24 anos. Na época, com três funcionários, o novo negócio tinha um faturamento inferior a R$ 1 milhão por ano.

Segundo Taize, a empresa vem fazendo grandes investimentos em IoT e tem grandes aspirações. Já foram mais de R$ 5 milhões em novos produtos em menos de dois anos e há uma estimativa de mais de R$ 20 milhões em investimentos nos próximos dois anos. "Queremos ser a plataforma que vai gerir o maior número de devices de IoT da América Latina", revela. "O Brasil é um celeiro de oportunidades na área de conectividade. E não estamos nem no início da onda que vai ser o IoT daqui para frente. Quando falamos em carro conectado, cirurgia à distância, cidade conectada, medição do consumo energético, tudo isso demanda conectividade e utiliza a rede de celular. Então, ainda estamos muito no início. E a Virtueyes se especializou nesse segmento", comenta.

Essa expansão, no entanto, passa por alguns desafios. "Imagina como é você montar uma empresa de tecnologia num ambiente que é conhecido como a região do calçado e do couro. É uma ruptura no modelo mental das pessoas da região. É diferente você contratar mão de obra no Vale do Silício, onde todas as pessoas já sabem sobre internet das coisas e tecnologia. No Brasil, as pessoas ainda têm muita dificuldade de compreender o que é o nosso negócio", confessa. O próximo passo da empresa está na consolidação do modelo de chip único, do qual é protagonista. A intenção é oferecer aos clientes a oportunidade de escolher diferentes operadoras usando um mesmo chip.

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Sábado, 23 Novembro 2024

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