Setor vitivinícola apresenta recuo de 18% nas vendas em 2016
O desempenho comercial do setor vitivinícola recuou 18% em 2016 frente ao ano anterior, totalizando a venda de 343,7 milhões de litros em vinhos, sucos, espumantes, vinagres, destilados e outros derivados da uva. Os segmentos que apresentaram maior retração nas vendas foram o de vinho de mesa e o de suco de uva natural, ambos com queda de 20%. O vinho fino, entretanto, apresentou uma redução menos expressiva, de apenas 2,8%, mantendo as vendas em 19,2 milhões de litros. “Já esperávamos que, com uma produção de vinhos menor, a venda seria também menor. Mas esse recuo foi agravado pela crise econômica, aumento dos impostos, do desemprego e da queda no poder aquisitivo das pessoas” analisa Carlos Paviani, diretor de relações institucionais do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), referindo-se à quebra de 57% registrada na safra de uva do ano passado. Esse fato diminuiu a disponibilidade dos produtos.
Contrabalançando o desempenho no mercado doméstico, o setor comemora a retomada nas vendas internacionais. O resultado mostra a crescente aceitação internacional dos vinhos brasileiros, principalmente em mercados considerados bastante competitivos, como Estados Unidos, Europa e Ásia. As exportações registraram alta no valor de 45%, totalizando US$ 5,9 milhões.
Para o presidente do Ibravin, Dirceu Scottá, 2017 será um ano de cautela no mercado interno e de bastante empenho por parte dos vinicultores para tentar recuperar os patamares de comercialização registrados em 2015. “Até o momento, a safra tem se apresentado muito positiva em sanidade, volumes e em qualidade. Assim, conseguiremos equalizar estoques e teremos bons produtos para apresentar ao mercado”, observa o dirigente. “A perspectiva econômica para esse ano não é tão favorável, por isso insistiremos nos pedidos de redução da carga tributária, que nos tira a competitividade e pesa significativamente na composição de custos, e nos incentivos para melhoria de produção”, complementa.
Oscar Ló, vice-presidente do Ibravin, acredita que, com a equalização da oferta, produtos que são carros-chefes para o setor, como o suco de uva e os espumantes, devem recuperar espaço. “Tivemos um recuo muito pequeno nos vinhos finos, sinal de que o consumidor de vinho brasileiro se manteve fiel ao que costuma comprar. E o suco e o espumante, devem voltar à normalidade pois vinham crescendo a índices muito positivos antes da quebra de safra”, enfatiza. Quanto às exportações, será dada continuidade às ações do projeto Wines of Brasil, com reforço nos países considerados mercados-alvo (Estados Unidos, Reino Unido e China).
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