Consumidores do Sul planejam adquirir um imóvel em até dois anos
O Sul registrou um saldo de 16,1% nas vendas de imóveis no ano passado. Com o bom desempenho dos negócios, o estoque caiu 28,7% nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já o VGV [ou Valor Geral de Vendas, sigla faz parte de um cálculo que estima a receita de um empreendimento a partir do seu potencial, do ponto de vista comercial, e do próprio desempenho do setor] cresceu 9,9% entre 2019 e 2020. Nos lançamentos, a região teve queda de 26,6%, percentual acima da média nacional, que retraiu 18%. Os dados fazem parte de um estudo feito pela Brain Inteligência Estratégica e que foram apresentados durante o webinar "Expectativa do mercado imobiliário na região Sul do Brasil", realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
De acordo com o sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica, Fábio Tadeu Araújo, a perspectiva se mantém positiva para este ano. "Temos bons indicadores de intenção de compra. No Sul, 35% dos consumidores consultados planejam comprar um imóvel nos próximos dois anos e, destes, 9% já estão efetivamente visitando empreendimentos e iniciando a negociação", projeta.
A catarinense Rôgga tem 15 lançamentos programados para este ano, o equivalente a mais de R$ 550 milhões em VGV. Os planos da construtora contemplam ainda a estreia no segmento alto luxo e a expansão dos negócios para outras cidades. "O momento para o mercado imobiliário é propício. O comprador tem crédito facilitado, com juros reduzidos, boas opções de imóveis e preços que cabem no bolso. As construtoras e incorporadoras só precisam trabalhar esses aspectos a seu favor. O único ponto de atenção são os custos da matéria-prima, mas quem tomar as rédeas nesse aspecto vai surfar grandes ondas", avalia Thales Silva, diretor comercial da Rôgga.
Para Rodrigo Putinato, da Cyrela, outros fatores determinantes para o sucesso do setor imobiliário em 2020 foram o crédito abundante e a mudança comportamental e cultural. "A pandemia trouxe a valorização das moradias, não apenas para quem precisava de mais espaço para o home office, mas para todas as famílias que passaram a ficar mais tempo em casa", resume.
Em pandemias, lembrou Araújo, da Brain, o êxodo é comum. "As pessoas saem dos grandes centros para buscar isolamento no campo ou no litoral, então tivemos recordes de vendas de imóveis de segunda moradia", informou. CEO da Even, Leandro Melnick, concordou que esse movimento se intensificou no ano passado. "A segunda residência virou a primeira residência, já que os brasileiros podem trabalhar de casa, seja no campo, na praia ou em qualquer lugar. Além disso, a queda nas taxas de juros favoreceu muito o consumo no mercado imobiliário", destacou.
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