Em Portugal não baixe a guarda
Na quinta-feira cheguei ao restaurante um pouco tarde para almoçar. Já não havia clientes na simpática galeteria e por um momento pensei que a cozinha só seria ativada para o jantar. "Vocês ainda estão abertos?" O garçom, um camarada simpático com quem já conversei de futebol na temporada passada, olhou-me com ar de troça e disparou: "Claro. Se não estivéssemos abertos, o senhor não teria entrado. É claro que estamos." Engoli em seco mais essa e fui ocupar minha mesinha.
Há pouco tempo, vi lá em Aveiro que o restaurante oferecia peixe dourada no almoço. Como forma de tornar o contato mais açucarado, brinquei com o jovem que me atendeu. "Vejo que tem uma dourada para o almoço. Parece tentador." A resposta foi fulminante: "Graças a Deus tenho mais de uma. Se tivesse apenas uma, com toda a gente que está a chegar, estaríamos perdidos." Resignado, admiti. "Está bem, que me traga então uma dessas muitas douradas." Eis dois singelos exemplos do que pode acontecer aos incautos que não pesam as perguntas.
Em Portugal, o português é terreno minado.
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