China participará cada vez mais do comércio de alimentos como exportadora

Enquanto tenta recuperar sua economia, o gigante asiático não sabe quanto poderá exportar, para quem, e a que preço

Estamos todos atônitos, apreensivos, ansiosos. Temerosos também, por não sabermos qual mundo haverá a partir de maio, quando a Europa, Índia, Japão, Estados Unidos e Brasil deverão voltar a funcionar plenamente. A única certeza que se pode ter hoje, em relação ao mundo pós-pandemia, é que a China estará a todo vapor, tentando recuperar a sua economia, mas ainda sem saber exatamente quanto poderá exportar, para quem, e a que preço.

O ano de 2020 é o último do 13º Plano Quinquenal (2016-2020) do país, cujo eixo central é a inovação, e o último também do Plano Nacional de Médio e Longo Prazo para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (2006-2020), elaborado pelo Conselho de Estado e publicado em 2005. A estratégia a ser alcançada neste ano, em ambos, é a de "nação inovadora", o que lhe permitiria alcançar, em 2030, a condição de "líder internacional em inovação", e, no centenário da revolução de 1949, a condição de potência mundial em inovação científica e tecnológica. Para conseguir isso, desde 2006 a China investe e trabalha duro, nas 11 áreas principais definidas no planejamento: 1) Energia; 2) Água e recursos minerais; 3) Meio ambiente; 4) Agricultura; 5) Indústria de manufatura; 6) Transportes; 7) Indústria da informação; 8) Saúde da população; 9) Urbanização e desenvolvimento das cidades; 10) Segurança pública e 11) Defesa nacional.

Com exceção da defesa nacional, todas as demais áreas apresentam tópicos específicos de atuação, destaque para a agricultura, com a maior quantidade (nove): indústria de leite moderna; práticas agrícolas saudáveis e prevenção e controle de doenças epidêmicas associadas em animais domésticos, aves e produtos aquáticos; equipamentos e instalações agrícolas multifuncionais; agricultura de precisão e informatização associada; equipamentos e instalações agrícolas multifuncionais; desenvolvimento e produção de fertilizantes, herbicidas e pesticidas e ecoagricultura; desenvolvimento de germoplasma, preservação, inovação e cultivo direcionado de novas variedades; processamento profundo, armazenamento avançado e transporte de produtos agrícolas; desenvolvimento integrado e utilização da biomassa agroflorestal; e segurança ecológica agroflorestal e silvicultura moderna.

Na sequência do Plano 2006-2020, houve o lançamento, em setembro de 2018, do Plano Estratégico Nacional de Revitalização Agrícola através do Aperfeiçoamento da Qualidade (2018-2022), que visa impressionante "mudança de patamar" na área rural chinesa. Dada a enorme importância para a economia brasileira das exportações do agronegócio para a China, é preciso atentar para os objetivos pretendidos e os resultados esperados das ações do governo chinês nessa área, que podem ser resumidos a uma frase: segurança e soberania alimentar.

Traduzindo: nos próximos anos a China deverá reduzir a importação de lácteos, carnes, soja e outros produtos agropecuários para si própria. E passará a participar cada vez mais do comércio de alimentos como exportadora, de produtos importados e produção própria. Aos céticos dessa possibilidade, nada melhor do que conferir a evolução do plantio de uvas e da produção de vinho

Veja mais notícias sobre Mundo.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 29 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/