Carta a Portugal
Tudo começou em junho de 2017. Estava eu em Portugal para uma tarde de autógrafos na Feira do Livro, quando soube de um enorme incêndio que devastou a região de Pedrogão Grande. Tão intenso foi o fogo que, tendo ido almoçar em Cascais com meu editor, vi pessoas que se queixavam das enormes nuvens de fuligem que chegaram ao balneário. Chegando ao hotel, vi as imagens das labaredas e o papel quase missionário que teve o presidente Marcelo Rebelo Sousa (foto) junto às vítimas. Ato contínuo, em 19 de junho, este blog publicou "A natureza em fúria", em post onde eu comentava os fatos (recorde clicando aqui).
Um ano mais tarde, eu estava no Recife à época da Copa do Mundo da Rússia. Vendo a desolação da paisagem política brasileira e a possibilidade que se confirmaria de um naufrágio de uma boa candidatura de centro, ocorreu-me uma brincadeira. Rememorando os acontecimentos trágicos do ano anterior e a postura humanitária e sincera do presidente português, pensei no quão bom seria se tivéssemos um homem do quilate dele (como já tivemos FHC e JK). Daí, abusei da licença poética e escrevi aqui em 13 de julho de 2018 o post "Portugal, aceite-nos de volta". O artigo teve enorme repercussão (leia novamente clicando aqui).
Foi então que àquela época mesmo, coloquei mãos à obra e escrevi num fôlego Carta a Portugal – Divagações de um velho sertanejo sobre a Água e a Pedra endereçadas ao Senhor Presidente. Isso virou livro que de pronto interessou à prestigiosa editora portuguesa Glaciar, na pessoa de Jorge Reis-Sá. A impressão do livro em Braga terminou na quinta-feira, dia 23 de maio, e nesta sexta-feira (24) os exemplares já estão a caminho de Lisboa. Estarei lá na próxima semana para um primeiro contato com a imprensa e o livro estará distribuído nas boas livrarias do país-irmão em meados de junho, dois anos depois do incêndio. A edição brasileira sairá no último trimestre.
Voltando de Portugal para o Recife no dia 10 de junho para o Dia da Lusofonia no Gabinete Português de Leitura, teremos uma sessão única de debates a respeito dele no auditório da Ferreira Costa, na Tamarineira, no dia 11 de junho, terça-feira, às 18 horas, em que falarão o escritor Homero Fonseca, o jornalista Ivanildo Sampaio e eu próprio como autor. Todos os amigos do Recife estão convidados para o evento comemorativo. A todos os leitores deste blog, meu obrigado. Foi nossa interação que desencadeou a ideia de levar à literatura uma ideia bem humorada e séria ao mesmo tempo, que frutificará dos dois lados do Atlântico.
Até, portanto, o dia 11 de junho no Recife. Aos amigos portugueses, nos vemos na próxima semana.
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