Vitória de Biden leva otimismo aos mercados

Entre os temas que devem ser foco da nova relação entre Brasil e EUA, está um amplo acordo de livre comércio
As bolsas internacionais amanheceram em forte alta

A bolsa fechou a última semana em alta de 7,4%, encerrando a sexta-feira (6) com elevação de 0,2%, aos 100.925 pontos, no contexto do otimismo global com a apuração dos resultados das eleições nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (9) as bolsas internacionais seguem o movimento, e amanheceram em forte alta. No Brasil, não foi diferente. Por volta de 13h, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, avançava 2,3%, aos 103.327 pontos. O dólar, no mesmo horário, tomava o caminho contrário: recuava 1,3%, sendo vendido a R$ 5,3192. Outro fato que animou os investidores é relacionado ao coronavírus. A Pfizer anunciou que sua vacina experimental contra a Covid-19 mostrou ser 90% eficaz na prevenção da doença, com base em dados iniciais de um estudo amplo.

As principais emissoras dos EUA confirmaram no sábado (7) que Joe Biden, o candidato democrata, venceu a disputa pela Casa Branca, derrotando o atual presidente e candidato republicano, Donald Trump. "O cenário Biden nos EUA envolve melhores perspectivas para o conflito comercial contra a China, além de uma provável maioria republicana no Senado, o que deve impedir propostas de aumento de impostos. Especula-se ainda que a descendência irlandesa do democrata possa aumentar as chances de acordos comerciais entre os Estados Unidos e o Reino Unido e União Europeia", avalia a XP Investimentos em seu relatório matinal.

Uma de suas principais pautas é elevar a taxação para empresas, de 21% para 28%, revertendo uma medida de Trump, que cortou as taxas no início de seu governo. Ainda assim, o percentual seria inferior aos 35% praticados no governo de Barack Obama. Com a maior arrecadação, Biden planeja adotar um programa de gastos públicos na tentativa de recuperar a economia da atual crise provocada pela pandemia. O presidente eleito tem um plano de investimentos verdes de US$ 2 trilhões ao longo de quatro anos, voltado principalmente para o incentivo à produção de energias renováveis.

Entre os temas que devem ser foco da nova relação entre Brasil e EUA, está um amplo acordo de livre comércio, algo que o presidente Jair Bolsonaro tem dito buscar desde que assumiu o poder, em 2019. Apesar de os dois países não terem conseguido uma parceria como essa, recentemente foi fechado um Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC, na sigla em inglês) que prevê, entre outras medidas, a facilitação do comércio e o combate à corrupção. Ainda segundo a XP, a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é um tema que pode ficar mais complicado. Apesar de nunca ter se manifestado sobre isso, o democrata pode aproveitar a discussão sobre o assunto para tentar impor outras pautas de sua agenda.

Donald Trump ainda não reconheceu a derrota e promete contestar os resultados no Judiciário, alegando fraude eleitoral. Biden já conta com 279 votos eleitorais e caminha para somar entre 290 e 306 votos, assim formando uma ampla margem (são necessários 270 votos eleitorais para vencer a disputa), o que reduz incertezas. Membros do partido republicano se afastam de Trump e mostraram pouco apoio a suas declarações.

Veja mais notícias sobre BrasilMercado de CapitaisMundo.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quinta, 28 Março 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/