Mercado rejeita plano de vender ações do Banrisul sem privatizar
O governo do Estado do Rio Grande do Sul informou na quarta-feira (6) que decidiu adiar a venda de ações do Banrisul em virtude das condições desfavoráveis de mercado. De acordo com uma nota publicada pelo Palácio Piratini, a decisão final sobre a realização da oferta dependerá de novas avaliações técnicas que estão sendo feitas. “Quando for tomada, será objeto de comunicação por meio de Fato Relevante a ser publicado pelo Banrisul, no qual constarão os termos e as condições gerais estabelecidas. Todos os passos serão pautados pelo interesse público, sempre observando as regras em vigor. O governo segue buscando alternativas para o equilíbrio financeiro do Estado”, comunica o documento.
Em 4 de outubro, data do anúncio da realização da oferta, as ações preferenciais do banco caíram 10,8% (a R$ 15,50). Ontem, os mesmos papéis valiam R$ 14,95. Isso significa que o preço está abaixo do valor patrimonial, que ao final do terceiro trimestre era de R$ 16,46. A expectativa inicial era arrecadar R$ 3,5 bilhões, mas analistas de mercado estimavam um valor máximo de R$ 1,8 bilhão.
A decisão de adiar a operação já se delineava desde a semana passada. Informações da Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de São Paulo, davam conta de que, pelas estimativas dos gestores de mercado, a venda em bolsa de uma fatia minoritária pertencente ao Estado sairia a um preço correspondente a 80% do valor patrimonial da instituição financeira, ao passo que uma eventual alienação para um investidor estratégico poderia render duas vezes mais. O mercado tem visto o adiamento como uma suspensão definitiva da operação. Em Brasília, a União segue sugerindo que o Banrisul seja privatizado. Com isso, o governo federal aceitaria o pedido do Rio Grande do Sul para aderir ao regime de recuperação fiscal.
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