Dólar toca R$ 4,50 e bolsa tem quinta-feira instável
Os receios quanto ao impacto do novo coronavírus sobre a economia mundial seguem afetando fortemente o mercado financeiro nesta quinta-feira (27). Em alta pela sétima sessão seguida, o dólar chegou a atingir R$ 4,50 nesta manhã. Porém, a moeda norte-americana terminou o dia negociada a R$ 4,4764, com alta de 0,8%. Na máxima, chegou a R$ 4,5016. Na véspera, o dólar subiu 1,1%, a R$ 4,4407. Na semana, a moeda acumula alta de 1,9%. Em fevereiro, já valorizou 4,4%. No ano, o avanço é de 11,6%. Em ação de apoio ao real, o Banco Central (BC) vendeu US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial tradicional para conter a volatilidade.
Os mercados operaram em forte queda diante dos temores de que a propagação do coronavírus pelo mundo possa afetar a economia global. Um porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que o coronavírus terá um impacto no crescimento econômico global. Ontem, a bolsa de valores apresentou forte queda de 7%, a maior em quase três anos. Nesta quinta, o Ibovespa manteve a trajetória declinante. No inicio da tarde, o índice caia 1,3%, aos 104.436 pontos, mas às 15 horas o Ibovespa voltou ao azul (+0,5%) com a ajuda de ações de bancos. Ao final do dia, o índice novamente tomou o caminho da retração (-2,6%), aos 105.239 pontos.
Nas últimas semanas, o mercado financeiro tem atravessado turbulências em meio ao tamanho do impacto do coronavírus sobre a economia mundial. Além da interrupção da produção em diversas indústrias da China, a disseminação da doença na Europa e a confirmação do primeiro caso no Brasil e em outros sete países indicam que outras economias podem reduzir a atividade por causa do vírus.
Com as principais cadeias internacionais de produção afetadas, indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricarem e montarem produtos. A desaceleração da China também pode fazer o gigante asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.
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