Dólar toca R$ 4,40 e renova recorde desde criação do Real
Em mais um dia de oscilações no câmbio, o dólar subiu novamente nesta quinta-feira (20), tocando o patamar de R$ 4,40. A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 4,3917, avançando 0,6%, e marcou novo recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento. Na parcial de fevereiro, o dólar acumula alta de 2,5%. No ano, o avanço chega a 9,5%. Na quarta, a divisa subiu 0,2%, para R$ 4,3650, mesmo após o presidente do Banco Central (BC) afirmar que estava tranquilo em relação ao câmbio.
Hoje o BC também anunciou que reduziu em R$ 135 bilhões os recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, chamados de depósitos compulsórios. Em uma das duas medidas anunciadas, a autoridade monetária baixou a alíquota do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo (quando o dinheiro fica parado no banco, rendendo por determinado período) de 31% para 25% (veja mais detalhes aqui).
Nas últimas semanas, o mercado financeiro em todo o mundo tem atravessado turbulências em meio ao receio do impacto do coronavírus sobre a economia global. A interrupção da produção em diversas indústrias da China está afetando as cadeias internacionais de produção. Indústrias de diversos países, inclusive do Brasil, sofrem com a falta de matéria-prima para fabricar e montar produtos. A desaceleração da China também pode fazer o país asiático consumir menos insumos, minérios e produtos agropecuários brasileiros. Uma eventual redução das exportações para o principal parceiro comercial do Brasil reduz a entrada de dólares, pressionando a cotação.
Entre os fatores domésticos que têm provocado a valorização do dólar, está a decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de reduzir a taxa Selic – juros básicos – para 4,25% ao ano, o menor nível da história. Juros mais baixos desestimulam a entrada de capitais estrangeiros no Brasil, também puxando a cotação para cima.
De acordo com Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus, a tendência é que o dólar se mantenha em patamares altos. "Há outros fatores determinantes para o ocorrido, como as fábricas da China estagnadas, havendo uma grande preocupação devido à falta de peças para diversas montadoras, e, com isso, acaba pressionando excessivamente o dólar, visto que o Brasil é extremamente exposto à China, com a realização de exportações, resultando em uma desaceleração econômica para o Brasil que está em um momento de crescimento econômico", explica.
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