Dólar fecha em alta pela terceira vez seguida
O dólar fechou mais uma vez em alta nesta quarta-feira (27), renovando o recorde nominal de fechamento pelo terceiro dia seguido. A moeda norte-americana subiu 0,4%, a R$ 4,2584. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,2711. Com o novo avanço desta quarta, a divisa acumula em novembro um avanço de 6,2%. No ano, a alta é de 9,9%.
O Banco Central (BC) voltou a intervir no mercado de câmbio na tarde desta quarta, como antecipou o próprio presidente da autoridade monetária na terça-feira (26). Perto das 12h40, quando a moeda norte-americana bateu máxima intradia de R$ 4,27, o BC anunciou uma intervenção no mercado à vista. Foram três leilões extraordinários nos últimos dois dias. Com o movimento, o dólar rapidamente desacelerou a alta caindo para R$ 4,24. Alguns minutos depois, no entanto, voltou a ganhar e, às 15h08, operava em alta de 0,5%, aos R$ 4,2625; na máxima, marcou R$ 4,2711. A alta também foi influenciada por dados positivos dos Estados Unidos. A economia norte-americana cresceu 2,1% na base anualizada no terceiro trimestre, revelou o Departamento do Comércio pela manhã, superando a expectativa de 1,9% dos economistas.
Na véspera, o dólar reagiu a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto". Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, explica que a fala é uma sinalização clara para os mercados. “Ao afirmar que não está preocupado com o câmbio em alta, ele mandou um recado claro para o mercado, de que o Banco Central não intervirá diretamente”, sublinha. Segundo Bergallo, reduções na taxa de juros diminuem a atratividade dos títulos do governo brasileiro para investidores estrangeiros. “O sinal de Guedes reforça a percepção do mercado de que o Banco Central irá cortar a Selic novamente, ainda em dezembro, o que reduz cada vez mais a remuneração para ativos estrangeiros de capital especulativo aqui no Brasil. Com os juros brasileiros mais próximos dos Estados Unidos, que, segundo Jerome Powell, não devem sofrer cortes, há uma tendência de os investidores buscarem por mais segurança”, completa.
A escalada protagonizada pela moeda norte-americana nas últimas semanas tem como pano de fundo a preocupação com a desaceleração da economia mundial e as incertezas em torno das negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos para colocar fim à guerra comercial iniciada em 2018. O movimento de saída de dólares do Brasil também tem contribuído para a desvalorização do real. Em outubro, o déficit nas transações correntes chegou a US$ 7,9 bilhões, maior que os US$ 5,8 bilhões projetados pelo BC e com o investimento estrangeiro abaixo do esperado.
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