Indústria do Paraná manifesta preocupação com lote 6 de rodovias
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) avalia com preocupação a falta de concorrência no resultado do leilão do lote 6 do pedágio, realizado na quinta-feira (19), na Bolsa de Valores de São Paulo, a B3. O lote, que compreende o maior trecho de concessão do estado, foi arrematado com um desconto de apenas 0,08% sobre a tarifa básica, contrastando com o lote 3, que alcançou um desconto robusto de 26,6%. O certame foi vencido pelo O Grupo EPR. A concessão, que engloba estradas das regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, prevê investimentos de R$ 20 bilhões em 662 quilômetros de rodovias, garantindo a duplicação de 70% das estradas do trecho. O pacote completa todo o eixo da BR-277, desde a região Oeste, na fronteira com Paraguai e Argentina, até o porto de Paranaguá. Isso porque os dois primeiros lotes que já foram concedidos pegam os outros trechos da rodovia, na região central, Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e litoral.
A Fiep destaca a diferença significativa no custo por quilômetro rodado entre os lotes já leiloados. Nos lotes 1 e 3, o custo médio ficou em R$ 10; no lote 2, em R$ 11. No lote 6 permanece na casa dos R$ 17. "Essa disparidade de quase 70% traz desafios consideráveis para a competitividade industrial, especialmente para regiões mais distantes do porto de Paranaguá, um fator crucial para exportadores e indústrias locais", destaca a Fiep, por meio de nota. "A Fiep reforça a necessidade de assegurar a execução das obras previstas no contrato e de buscar alternativas para reduzir o impacto dessa diferença tarifária nas diversas regiões do estado, considerando o papel estratégico da infraestrutura para o desenvolvimento econômico do Paraná", afirma o documento. "Temos de refletir como minimizar esse impacto ao longo da concessão. Ou seja, achar caminhos para poder fazer obras colocando recursos públicos para 'descarregar' um pouco a tarifa do lote 6, de modo que tenhamos equilíbrio regional. Caso contrário, as empresas que estiverem nessa região terão prejuízo, principalmente em se tratando de corredores de exportação", declarou Edson Vasconcelos, presidente do Sistema Fiep.
Veja mais notícias sobre InfraestruturaBrasilIndústriaNegócios do SulParaná.
Comentários: