Curitiba abre editais para obras de mobilidade que somam R$ 295 milhões

Com recursos de financiamentos internacionais, a cidade tem em andamento três programas multilaterais nas áreas de mobilidade e habitação social
Projeto Inter 2, de Curitiba, tem recursos do BID e faz parte de conjunto de obras públicas que somam R$ 1,5 bilhão nos próximos anos

O Projeto Inter 2, que será o marco da evolução do transporte coletivo de Curitiba, está com pelo menos três editais na praça. São concorrências para a construção de um mini terminal de transporte, intervenções de revitalização viária e obras de arte – um viaduto e uma ponte – que, somadas, chegam a R$ 295 milhões. O investimento tem recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e contrapartidas da prefeitura. As publicações ocorreram nos últimos 10 dias e as empresas – sozinhas ou consorciadas – podem apresentar propostas no período de 9 a 30 de outubro. A documentação está disponível no portal da transparência de Curitiba, no ícone de compras e licitações. E também no site da Unidade Técnica Administrativa de Gerenciamento (UTAG), na aba "Transparência". 

O primeiro lote a encerrar o prazo, no dia 9 de outubro, com orçamento total de R$ 84 milhões, prevê a construção de um mini terminal na Avenida Arthur Bernardes, além de obras de pavimentação, que incluem paisagismo e iluminação. Outra concorrência, para apresentação de propostas até dia 17 de outubro, com valor de R$ 70 milhões, prevê revitalização viária no itinerário das linhas Inter 2 e Interbairros II e a construção de um viaduto na divisa de Curitiba com Pinhais. Já o edital mais recente, publicado no dia 13 de setembro, recebe propostas até dia 30 de outubro e tem valor de R$ 141 milhões. Esse último inclui 11 quilômetros de obras viárias e ainda uma ponte sobre o Canal Belém, entre o Hauer e o Uberaba.

Desenvolvimento sustentável
O Projeto Inter 2 faz parte do Programa Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba. Tem financiamento do BID, no total de US$ 106,7 milhões e vai promover a readequação viária, com faixas exclusivas e/ou preferenciais para o transporte coletivo em mais de 40 km no itinerário de duas das linhas que mais transportam passageiros na capital do estado do Paraná, a Linha Direta Inter 2 o Interbairros II. O projeto também é a porta de entrada para a mudança da matriz energética do transporte coletivo da cidade, com a eletromobilidade. Novas estações, em formato de prisma, com autossustentabilidade energética e mais conforto para usuários, se somam ao conjunto de melhorias para a mobilidade pública.

"Curitiba assumiu o desafio de promover grandes programas estruturantes simultâneos, com recursos internacionais garantidos por meio de projetos integrados. Para a área da mobilidade temos aportes do BID para o Inter 2 e do NDB (New Development Bank) que está sendo aplicado no eixo do BRT Leste-Oeste. No Caximba, a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) nos apoia com o maior projeto socioambiental em andamento no país, para o reassentamento de 1.147 famílias e obras de urbanização de um território formado por ocupação irregular. São obras muito relevantes para a cidade, que provocam o mercado a participar dessa construção de futuro, gerando benefícios, emprego e renda", avalia Luiz Fernando Jamur, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).

Os contratos foram assinados entre 2020 (BID e AFD) e 2021 (NDB) e têm cinco anos para serem executados. Há obras em andamento, como o binário das ruas Olga Balster e Nivaldo Braga, com recursos do NDB para o BRT Leste Oeste e que também estão no guarda-chuva do Programa de Mobilidade Urbana Sustentável de Curitiba. No Caximba, as primeiras 752 unidades habitacionais foram iniciadas há um ano e parte delas deve ser entregue no primeiro semestre de 2024. Uma nova etapa da obra está contratada e começa, ainda em setembro, com a execução de novas unidades habitacionais e comerciais, além da reurbanização da área consolidada. Outras obras de equipamentos públicos também estão em execução, como a reforma da escola municipal local. "Somados todos os recursos, Curitiba vai investir nos próximos anos cerca de R$ 1,5 bilhão em obras de mobilidade e habitação social com potencial acumulado para a geração de 72 mil empregos, entre diretos, indiretos e induzidos", aponta Jamur.

O BID tem sido um dos parceiros estratégicos da gestão municipal e está atento às oportunidades em Curitiba. Em encontro na sede do banco, em Washington (EUA) no início de setembro, o prefeito Rafael Greca e o presidente da instituição, o economista brasileiro-israelense Ilan Goldfajn, conversaram sobre o suporte do BID ao desenho da nova concessão de transporte coletivo de Curitiba, a partir de 2025, com a introdução da eletromobilidade na frota. "Para o BID, a mobilidade elétrica é uma prioridade estratégica; nós trabalhamos para o futuro. Devemos garantir a continuidade dos bons projetos, o que é sinônimo de uma boa institucionalidade", disse Goldfajn.

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Sexta, 03 Mai 2024

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