Setor automotivo fecha trimestre com alta na produção e nas vendas
Média diária de 9,2 mil emplacamentos em setembro foi a melhor do ano
O fechamento do trimestre representou mais um importante degrau na recuperação do mercado automotivo brasileiro neste ano, após um primeiro trimestre tímido em função da falta de componentes eletrônicos e de um segundo trimestre de início de melhora. Na soma dos meses de julho, agosto e setembro, a produção de autoveículos foi de 665 mil unidades, 11,6% a mais que no trimestre anterior. Sob o mesmo ângulo de comparação, as vendas cresceram 14,3% e as exportações recuaram 15,2%.
O levantamento mensal feito pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) registrou em setembro números inferiores aos recordes de agosto, muito em função do mês com dois dias úteis a menos. "Historicamente, setembro não repete os bons números de agosto, um mês mais longo e sem feriados, mas gostaria de destacar a contínua evolução da média diária de vendas desde janeiro, atingindo 9,2 mil emplacamentos por dia útil, melhor resultado do ano, indicando que as projeções da ANFAVEA serão atingidas", afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da associação.
Na comparação de setembro com agosto, a produção de 207,8 mil autoveículos foi 12,7% menor, os emplacamentos de 194 mil recuaram 7% e as exportações de 28,5 mil caíram 39%, em função das recentes restrições impostas pela Argentina, do esgotamento da cota de isenção para a Colômbia e de problemas logísticos. Porém, quando comparados a setembro de 2021, todos os índices melhoraram: 19,3% de alta na produção, 25,1% nas vendas e 19,3% nas exportações.
Quando o parâmetro é o acumulado do ano, houve ganhos na produção (6,3%) e nas exportações (31,2%), além de leve recuo nos emplacamentos (4,7%). O segmento com recuperação mais consistente é o de ônibus, com alta acumulada no ano de 63,6% na produção, 8,8% nos licenciamentos e 39% nos embarques para outros países. O setor de caminhões, em contrapartida, mantém patamares muito similares aos do ano passado, quando teve robusto crescimento em função do agronegócio e da onda do delivery.
As máquinas autopropulsadas continuam a apresentar excelente desempenho. As rodoviárias tiveram no acumulado até agosto (há defasagem de um mês nos números) crescimento de 33% nas vendas e de 19% na exportação. Já as agrícolas registraram alta de 24% nas vendas no atacado e 11% nos embarques a outros países. A disponibilidade de recursos para financiamentos poderá melhorar esses resultados.
Comentários: