Impactada pela pandemia do novo coronavírus, indústria resiste em demitir
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela o esforço do setor industrial em manter os empregos mesmo em face da crise gerada pela Covid-19. Apesar de 74% das empresas terem sido impactadas no atual cenário e 82% terem registrado queda no faturamento nos últimos 45 dias, 66% delas não demitiram funcionários em função desses impactos provocados pela pandemia. Mesmo entre aquelas que reduziram o quadro de empregados, 78% acreditam que essa medida será temporária, ainda que 86% afirmem que haverá redução de receita no setor industrial como um todo em 2020. A pesquisa da CNI foi feita pelo Instituto FSB Pesquisa, por telefone, com 1.017 executivos industriais de todas as regiões do Brasil entre os dias 15 e 25 de maio, com intervalo de confiança de 95%. A margem de erro é de três pontos percentuais. Veja a pesquisa completa ao final desta reportagem.
O levantamento buscou entender melhor o impacto, o posicionamento e as perspectivas dos empresários do setor industrial em meio à crise provocada pela pandemia da Covid-19. Para 77% dos entrevistados, a situação da doença é muito grave (35%) ou grave (42%) no Brasil. O levantamento mostra, ainda, que três em cada quatro executivos diminuíram ou paralisaram a produção. E que 22% das empresas só têm condições financeiras de manter as atividades em funcionamento por mais um mês, enquanto outros 45% dizem que esse prazo é de no máximo três meses. Apesar do quadro desafiador, 44% acreditam que a economia brasileira vai registrar expansão nos próximos dois anos.
Os impostos foram apontados como os problemas financeiros mais significativos para as indústrias pela a parcela mais representativa dos entrevistados (26%), seguido da folha de pagamento (23%). Diante do quadro, o adiamento ou parcelamento do pagamento de impostos representa a política mais eficaz do governo para 38% dos executivos. A maioria aprova as medidas governamentais, mas as considera insuficientes. Sete em cada dez executivos consideram apropriadas as iniciativas adotadas pelo governo. Quando questionados se essas ações eram suficientes o índice de concordância cai para 39%. Uma série de lideranças empresariais tem relatado à CNI dificuldades para acessar as linhas de créditos anunciadas pelo governo federal.
Para garantirem a preservação dos empregos, muitos empresários foram obrigados a reduzir a jornada de trabalho com diminuição proporcional dos salários ou suspenderem os contratos. O estudo da CNI revela que 56% dos empresários recorreram aos programas oficiais do governo federal e 53% renegociaram com fornecedores.
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