Fiesc apresenta a Meirelles agenda da indústria para o desenvolvimento
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) entregou ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), e ao governador Raimundo Colombo a agenda do setor para o desenvolvimento, nesta sexta-feira (24), durante palestra do ministro, na sede da instituição, em Florianópolis. O documento propõe ações de política macroeconômica, agenda microeconômica, relações internacionais, além de política industrial e produtividade. “Precisamos assegurar a continuidade da trajetória de crescimento para Santa Catarina e para o Brasil. Para tanto, o processo de modernização institucional do país, iniciado com a aprovação do teto para os gastos públicos e com o ajuste fiscal, com a terceirização e com a recente reforma trabalhista, precisa prosseguir. É o caso da reforma da Previdência Social, que tem o apoio do setor produtivo catarinense”, declarou Glauco José Côrte, presidente da Federação.
Ao ministro, Côrte declarou que os catarinenses querem e podem contribuir mais com o desenvolvimento nacional, mas precisam do apoio para suprir uma das deficiências mais ostensivas: as condições da infraestrutura de transporte. “Investimentos nessa área, através de concessões ou parcerias público-privadas são essenciais para a redução dos nossos custos de logística, que são superiores à média nacional. Feito isso, as nossas possibilidades de incremento de nossa participação no mercado internacional se tornarão ainda mais promissoras, especialmente porque os produtos catarinenses são reconhecidos por sua alta qualidade”, disse. Meirelles, por sua vez, afirmou que o Brasil saiu da mais longa recessão da história. “Haverá uma redução importante do Estado na economia. Isso significa que haverá mais recursos para a sociedade. Isso é uma tendência internacional. O governo funciona melhor, de forma mais eficiente. Temos que cada vez mais ter um governo que funcione melhor com menos recursos da sociedade”, afirmou.
Ele apresentou um quadro em que destacou a evolução do Brasil em diversos indicadores e mostrou como o país se encontrava em maio de 2016 e como estão os dados até novembro deste ano. A inflação passou de 9,3% para 2,7%; a taxa de juros passou de 14,25% para 7,5%, o risco Brasil passou de 328 pontos para 173 pontos. O PIB saiu de uma queda de 5,4% para um crescimento de 1,1%. “Isso foi conseguido com uma agenda de reformas e enfrentando problemas de longo prazo. A economia brasileira adquire cada vez mais tração e mais dinâmica de crescimento”, disse o ministro. Ele observou que a economia de Santa Catarina está dando mostra vigorosa de crescimento, com desempenho acima da média nacional, mas lembrou que o Brasil como um todo cresce.
Meirelles chamou a atenção para a evolução do total das despesas públicas federais em relação ao PIB. Em 1991 era 10,8% do PIB. “E esse número foi crescendo e o governo ficando cada vez maior e, em 2012, acelerou para valer e por razões diversas”, explicou, destacando que em 2017 alcançou 19,9% do PIB. “Caso essa tendência fosse mantida, em dez anos iria para 25,4% do PIB. Com a aplicação do teto e das demais reformas, em vez de termos um governo do tamanho de 25% do total de riquezas produzidas no Brasil, vamos ter um governo de 15,5%”, revelou. Segundo ele, o problema de ter um governo grande é que precisa ser financiado. “E só tem duas alternativas: ou aumenta impostos para todo mundo ou aumenta a dívida e isso leva ao aumento de juros e inflação, que era o que estava acontecendo”, completou.
Meirelles também defendeu a reforma da previdência e informou que a idade média de aposentadoria no Brasil está entre as mais baixas do mundo, que é de 59,4 anos. Em economias semelhantes à do País, a média é superior, como é o caso do México (72 anos). Na Coreia é 71 anos, no Chile 69 anos, Japão 69 anos e Portugal 68 anos. “Evidentemente que estamos falando de países com situações econômicas muito diferentes. Tudo tem que ser proporcional. Tem que gerar riqueza para que o país ganhe renda, renda per capita e a população cada vez ganha mais. E o país precisa equilibrar as contas públicas”, disse, observando que a conta de previdência é da sociedade. “Se nada for feito, as despesas não cabem no teto dos gastos. Então, o Brasil não vai ter condições de fazer educação pública, saúde e infraestrutura. Todo o recurso vai para pagar a previdência. Isso tem que ser resolvido de forma razoável”, completou.
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