Onde as conexões realmente acontecem

Até há pouco tempo, ter um escritório espaçoso e luxuoso era sinal de status para as empresas. Era uma forma eficaz de encantar novos clientes e se autoafirmar diante daqueles já conquistados. Afinal, ter uma boa estrutura significaria competência e ...
Onde as conexões realmente acontecem

Até há pouco tempo, ter um escritório espaçoso e luxuoso era sinal de status para as empresas. Era uma forma eficaz de encantar novos clientes e se autoafirmar diante daqueles já conquistados. Afinal, ter uma boa estrutura significaria competência e sucesso. Porém, nos últimos anos, esse modelo mental vem sendo questionado – e até por grandes corporações. 

A transformação digital trouxe consigo novas dinâmicas de trabalho e mexeu até nos ambientes corporativos. Do isolamento anterior, os executivos estão cada vez mais apostando na conexão com outros players como caminho para potencializar seus negócios. Se antes a lógica era competitiva, agora é colaborativa.

Entre os principais ecossistemas de inovação do mundo, Portugal – e principalmente sua capital – têm fervilhado os coworkings. Há alternativas para todos os gostos e bolsos. Em comum, todos proporcionam um local de interação entre empreendedores, que passam a ter contato direto e contínuo com novas ideias. 

Esforço pela diversidade
Poucos turistas vão a Lisboa sem conhecer o Mercado da Ribeira, também chamado de Time Out Market. Ali se constituiu um microcosmo da gastronomia portuguesa, com diversas opções dos pratos mais típicos da nação de Fernando Pessoa: do bacalhau à lagareiro até os pastéis de nata. 

Porém, nem todos os visitantes ficam sabendo o que há no segundo andar do prédio localizado no bairro Cais do Sodré: o Second Home (foto). À primeira vista, parece um jardim botânico. Mas basta uma segunda olhada para perceber, entre mais de mil plantas, um contingente de 200 profissionais trabalhando. Ou seja, cinco vegetais para cada pessoa. O open-space também reúne um lounge com cafeteria, biblioteca e salas de reunião. A proposta foi tão bem aceita pelo mercado que já está no planejamento a criação de uma nova unidade na capital lisboeta. 

De acordo com a gerente-geral Lucy Crook, as empresas valorizam a flexibilidade que um espaço compartilhado oferece para crescer rapidamente. “Ter uma comunidade diversificada através de muitas disciplinas em um espaço também cria mais oportunidades de negócios”, afirmou a executiva, acrescentando que as companhias instaladas na Second Home crescem dez vezes mais rápido do que a média nacional. Diversas línguas são ouvidas por lá: apenas dos membros 50% são portugueses, e o restante vem de 26 países do mundo. 

Lucy destacou que há um esforço, incluindo curadoria, para que a comunidade seja o mais plural possível. “Acreditamos que criatividade e inovação tendem a acontecer quando mundos diferentes colidem. É por isso que você vai encontrar aqui empresas como Mercedes Benz e Volkswagen, com um time de 90 pessoas, sentando-se ao lado de arquitetos, designers de produtos, líderes de ONGs, especialistas em sustentabilidade e investidores”, avaliou. 

Outro aspecto que diferencia o Second Home Lisboa são as atividades não relacionadas diretamente ao desempenho profissional, como aulas de ioga, pilates e meditação. E mais: há um clube de surfe, esporte que pode ser praticado a 15 minutos do escritório. “Reconhecemos que para se oferecer o melhor no trabalho, você também precisa cuidar de si mesmo. E tentamos facilitar isso para nossos membros, que são muito ocupados”, disse, acrescentando que o local oferece diversas palestras e workshops com especialistas internacionais em bem-estar.

Proximidade com o ecossistema
Uma das últimas empresas a se instalar no Second Home foi a brasileira BriviaDez. A agência de estratégia, experiência e comunicação escolheu Lisboa para inaugurar sua primeira unidade internacional. O escritório soma-se a outros quatro, em sua maioria já adaptados à lógica de coworking: São Paulo (SP), Florianópolis (SC) Porto Alegre e Novo Hamburgo (RS).  

Para o CEO Márcio Coelho, “estar em Portugal é estratégico por ser um hub de conexão com a Europa”. Além de trazer conteúdo, fomentar discussões e aproximar os clientes ao ambiente global, a agência também pretende ampliar seus negócios no Velho Mundo. Hoje, já atende uma companhia portuguesa: a ProTarget. “Nossa meta de crescimento para 2020 é de 45%, e Lisboa terá um papel fundamental nisso, seja por negócios diretos ou impacto aos do Brasil”, apontou Coelho. 

A abertura faz parte do plano de internacionalização da empresa, que já adota a chamada “cultura nômade” em seu time – ou seja, funcionários podem trabalhar de qualquer lugar do mundo, desde que entreguem resultados. “Ampliamos o espectro físico, de método e de dinâmica de trabalho, para dar mais condição aos colaboradores para alinhar os seus propósitos pessoais com os planos da companhia”, detalhou o CEO, que ressalta que a equipe é mais feliz e produtiva quando tem essa liberdade. A ideia, no futuro, é ampliar para o Vale do Silício, o Oriente Próximo (como Israel e Emirados Árabes) e a China.

Os destinos não foram escolhidos à toa: esses são os epicentros de inovação mais relevantes do mundo. Com isso, a agência quer expandir a sua oferta de BriviaX – um laboratório de inovação que auxilia clientes a criar e desenvolver sua transformação digital. “A busca por resultados faz com que as empresas pensem muito no hoje, que são as demandas do dia a dia, e no amanhã, que é o cenário atual evoluído. Propomos ao cliente dar mais velocidade para os projetos que miram o depois de amanhã, em uma busca constante por processos disruptivos”, explica o CEO da BriviaDez.

*O Grupo AMANHÃ está presente em mais uma edição da Web Summit. A curadoria da cobertura tem a assinatura da BriviaDez, que promove uma missão ao evento.

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Quinta, 12 Dezembro 2024

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