Top Shoes Brasil dobra de tamanho durante a pandemia
A pandemia causada pela Covid-19 tinha tudo para frear a Top Shoes Brasil, de Campo Bom (RS), assim como aconteceu com a maioria das empresas do setor calçadista. O grupo é focado no desenvolvimento de projetos e soluções que associam design e tecnologia para a indústria calçadista. Porém, não foi o que aconteceu com a empresa, que durante a pandemia caminhou na contramão do setor e do cenário econômico do país.
Entre os meses de abril e agosto, o grupo contratou 50 novos profissionais, a maioria para a produção, dobrando o quadro até então de 49 funcionários. O faturamento também duplicou no mês de junho em comparação ao mesmo período de 2019. A companhia, no entanto, não revela o valor. O resultado tem relação com a criação de uma máscara de alta performance para atender uma das principais demandas do momento: a proteção contra o coronavírus.
Logo no primeiro mês da pandemia, a Top Shoes pensou o que fazer para manter a produção ativa e o quadro funcional estável e sem redução de salários. A solução veio com a aplicação da expertise em knit da Fiber, empresa que integra a Top Shoes Brasil, para o desenvolvimento de uma máscara. O produto utiliza a tecnologia 3D Knit (técnica de tecelagem associada a sistemas inteligentes) com a proteção da máscara N95 ou PFF2, capaz de garantir proteção em dois sentidos, pois tem um filtro de ar que bloqueia pelo menos 95% das partículas em suspensão e ajuda na proteção contra doenças por transmissão aérea, como a Covid-19. O projeto da máscara foi desenvolvido em uma semana e meia e logo colocado no mercado.
"Usamos a nossa tecnologia e a nossa criação para fazer algo diferente e quando lançamos o produto no mercado, logo viralizou. Por ser uma máscara de alto nível e diferenciada, anatômica, sem costura, extremamente confortável e que foi pensada com algumas características para melhorar a respiração, utilizando a tecnologia de tecidos para roupas e calçados esportivos, ela tem sido adquirida por muitos atletas e pelo público A", conta Gustavo Dal Pizzol, fundador e CEO da companhia.
Já foram comercializadas aproximadamente 300 mil unidades no Brasil e em agosto saíram os primeiros lotes de vendas para os Estados Unidos. A Fiber já estuda uma evolução da máscara para uso hospitalar – uma vez que esse será o único mercado que terá necessidade de uso contínuo do produto pós-pandemia. Esse e outros projetos do grupo devem demandar a contratação de mais cinco a 10 profissionais até dezembro. Em outubro chegam seis novas máquinas e para 2021 a intenção é mudar para uma nova estrutura com área física quatro vezes superior à sede atual.
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