Goldman Sachs destaca resiliência da Gerdau
O combalido setor siderúrgico viu suas ações dispararem maisde 50% nos últimos 12 pregões, em meio à expectativa de alta dos preços do açono mercado interno. Um movimento que gerou dúvidas nos investidores dado àdeterioração do cenário doméstico e perspectivas negativas em relação à demandapor aço no Brasil. Vale lembrar que antes dessa disparada, os papéis daUsiminas, CSN e Gerdau acumulavam no ano quedas de 46,5%, 46,3% e 51%,respectivamente. Diante disso, ficou a dúvida: será que esse"respiro" indicou uma oportunidade de entrada nas ações? O mercadoteria mudado de opinião sobre esses papéis?
Para o Goldman Sachs, a volatilidade recente gerouoportunidades e seria essa a hora de separar o joio do trigo. Isto é, olharpara quem conseguiria se descolar dos efeitos do enfraquecimento da economiainterna, enquanto seria beneficiada pela possível elevação dos preços. Dasempresas listadas na Bolsa seria a Gerdau, que tem forte exposição ao mercadoamericano, enquanto Usiminas e CSN ainda seriam dependentes da demanda interna,cuja perspectiva ainda segue bem negativa. Com essa visão, os analistasHumberto Meireles e Thiago Auzier, do banco, revisaram, em relatório, suasrecomendações para o setor, indicando compra para Gerdau e venda para Usiminase CSN. Eles mantiveram o preço-alvo das ações da Gerdau em R$ 8,30, enquantocortaram Usiminas e CSN para R$ 2,90 e R$ 2,10, respectivamente, ante R$ 3,30 eR$ 2,40.
Segundo eles, a perspectiva segue negativa em relação àdemanda no Brasil, assim como para os preços do aço e minério de ferro. Comoresultado, a única que se "salvaria" seria a Gerdau, que tem acessoao crescimento da economia norte-americana, e rentabilidade resiliente (lembrandoque ela trabalha com aços longos, enquanto as demais com aços planos). Paraeles, essa disparada recente de CSN e Usiminas não se justificam, baseado nosfundamentos das companhias. Enquanto isso, eles veem mais potencial devalorização para as ações da Gerdau, a maior empresa do Sul segundo o rankingGRANDES&LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ em parceria coma consultoria PwC. Os analistas preveem um resultado forte da Gerdau no terceirotrimestre, com crescimento de 12% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos,depreciação e amortização), para R$ 1,3 bilhão, impulsionada principalmente pormelhora na sua divisão dos Estados Unidos, em meio à positiva perspectiva dealavancagem dado a desvalorização do real e volumes mais elevados. Já paraUsiminas, o banco espera queda de 55% na comparação trimestral do Ebitda noperíodo, para R$ 101 milhões. No caso da CSN, a projeção é que o Ebitda sigaestável, a R$ 815 milhões.
Além disso, enquanto a alavancagem não aparece como umproblema para a Gerdau, eles apontam perspectiva de alavancagem crítica paraUsiminas e CSN, dado suas exposições ao mercado fraco de aço no Brasil eperspectiva fraca para o preço do minério de ferro (principalmente no caso daCSN). Eles preveem um fluxo de caixa negativo em 2015 e 2016 para ambas eaumento do indicador de alavancagem para 12,5 vezes e 10,2 vezes,respectivamente, no primeiro trimestre do próximo ano.
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