Empresas Randon encerram 2020 com crescimento de 6,5% na receita líquida
"O ano de 2020 foi intenso e cheio de desafios nunca antes enfrentados. Foram sentidos tanto a preocupação com um futuro incerto, quanto o otimismo de uma retomada surpreendente", destaca a Randon logo no início de seu balanço anual publicado na noite desta quinta-feira (4). A retomada foi mesmo surpreendente. A companhia de Caxias do Sul (RS) obteve vendas 6,5% maiores do que em 2019 (R$ 5,4 bilhões). O lucro líquido totalizou R$ 664,6 milhões, um avanço de 168,4% em relação ao exercício anterior (veja todos os principais indicadores ao final desta reportagem).
Em videoconferência de apresentação de resultados realizada nesta sexta-feira (5), o CEO Daniel Randon apelidou 2020 como "o ano que jamais será esquecido", por ter trazido três momentos completamente distintos ao longo de seus 12 meses: um início de ano promissor; a chegada da pandemia, que mudou rotas e desafiou as empresas; e a forte recuperação de alguns setores, que culminou em inflação e escassez de matéria prima, fenômenos que estão impactando na oferta de alguns dos principais insumos da cadeia automotiva, como aços, borrachas e embalagens.
Apesar da presença desses efeitos colaterais no ambiente de negócios, a Randon e algumas de suas controladas tiveram êxito em processos tributários relativos à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, que somou R$ 778,4 milhões no consolidado, impactando positivamente nos resultados do período. "Mesmo em um ano desafiador, tivemos um desempenho muito bom, alicerçado por nossos planos de expansão e pelos investimentos em inovação, que seguiram como foco. Adicionalmente, o ano que passou nos trouxe oportunidades de acelerar projetos envolvendo a nossa transformação cultural e digital, aprofundando temas emergentes e assuntos como ESG, com a revisão de iniciativas de meio ambiente e dando continuidade ao aprimorando da nossa governança corporativa", salientou Randon. O CEO também chamou a atenção para a criação de projetos como a Randon Ventures e a Conexo, e para os investimentos na área de tecnologia. "Colhemos frutos de investimentos em automação, tecnologia e inovação, que permitem ganho de produtividade de eficiência, gerando bons resultados", acrescentou.
O mercado de implementos rodoviários apresentou bom desempenho entre outubro e dezembro com avanço de 30,3% nos volumes, no comparativo com o mesmo período de 2019. Foram emplacados no mercado interno 20.507 semirreboques, sendo 6.839 unidades com a marca Randon (33,4% de participação de mercado). Nos produtos vinculados a outros setores, como os de bens de consumo e e-commerce, teve destaque o semirreboque furgão, que apresentou expressivo crescimento de volumes no comparativo trimestral (+107,6%). A combinação de relevante demanda do mercado e do ganho de market share nesta linha de produto, mostra a estratégia acertada da companhia de lançar novos semirreboques, que no caso do furgão, tem a vantagem de ser 600 quilos mais leve que o modelo anterior.
O quarto trimestre foi o melhor trimestre do ano para as exportações de implementos rodoviários, que além do crescimento dos volumes, apresentou taxa cambial favorável, fato que beneficiou as receitas quando convertidas em reais. As vendas para a América do Sul estão aquecidas, pois os clientes voltaram a comprar após longo período consumindo estoques, o que sinaliza boas perspectivas para o primeiro semestre deste ano. Outros estímulos para essa retomada foram o agronegócio, a venda de bens industrializados e a popularização do e-commerce. Clique aqui para acessar o release de resultados completo das Empresas Randon.
No mercado de reposição, com a aquisição da empresa Nakata Automotiva, por meio da controlada Fras-le, as vendas deste segmento se tornaram ainda mais relevantes para a Randon, pois o setor representa mais da metade do faturamento da companhia. As vendas deste segmento têm apresentado bom desempenho, pois os clientes estão recompondo estoques e a demanda segue favorável tanto nos produtos ligados ao mercado de veículos leves quanto nos da linha pesada. As exportações de autopeças ainda não retomaram os patamares históricos. No entanto, a entrada de novos pedidos sinaliza boas perspectivas para os próximos meses.
Segundo o CFO das Empresas Randon, Paulo Prignolato, os números do quarto trimestre de 2020 surpreenderam e foram melhores do que o esperado para o período. "A forte demanda por semirreboques e a recuperação do mercado de caminhões possibilitaram avançar em volumes e receitas. Segmentos como agrícola e bens de consumo, este último principalmente impulsionado pelo crescimento do e-commerce, seguiram fortes, e a recuperação da indústria deu um fôlego adicional ao setor automotivo. Além disso, o mercado externo apresentou melhora frente aos meses anteriores, em razão da abertura de fronteiras, normalização de processos logísticos e pelo câmbio mantido em bons patamares para as exportações", explicou também por meio de nota. Mesmo com a promessa da chegada das vacinas, a Randon segue em alerta e acompanhando os desdobramentos da segunda onda da pandemia, que, segundo a empresa, geram a necessidade de monitoramento de expectativas.
A Randon é a 27ª empresa da região e a oitava do Rio Grande do Sul, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado pelo Grupo AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. Acesse o anuário completo aqui, mediante pequeno cadastro.
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