Copel vai operar microrredes com geração distribuída

Projeto-piloto prevê a compra de energia proveniente de geradores conectados ao sistema de distribuição
Usinas de biogás são exemplos de acessantes de geração distribuída no Paraná

A Copel lançará, em breve, chamada pública para contratação de energia de geração distribuída por meio de acessantes. A autorização, inédita no Brasil, foi dada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mediante solicitação feita pela companhia para implantar um projeto-piloto de compra de energia proveniente de geradores conectados ao sistema de distribuição, com o objetivo de obter benefícios de disponibilidade do fornecimento e otimização de recursos. A iniciativa deve atrair produtores independentes de energia de pequeno e médio porte, incluindo minigeradores. Para vender energia à distribuidora, no entanto, eles terão de atender ao requisito de constituir uma microrrede [sistema elétrico independente, uma espécie de "ilha de energia", na qual a geração, o armazenamento e o consumo pode funcionar conectado ou não à rede de distribuição].

Os geradores que farão parte das microrredes poderão vender a energia gerada para a Copel e, com isso, alimentar um grupo de consumidores próximos. A distribuidora fica responsável pelo controle e segurança da operação. Uma manobra bastante promissora em casos de contingência, uma vez que, enquanto a distribuidora repara a rede, ela pode isolar o sistema e manter o consumidor abastecido. O edital deve abranger acessantes que gerem de 1 a 30 MW, sem restrição da fonte geradora. Os proponentes terão de dar garantias de sustento da rede e controle sobre a potência por pelo menos 5 horas ininterruptas – critério estabelecido com base no tempo médio de atendimento da Copel nas regiões priorizadas.

Dentre as vantagens esperadas, tem-se maior confiabilidade e resiliência da rede, redução de perdas técnicas e aumento da qualidade da energia fornecida, bem como postergação de investimentos na rede de distribuição. A autorização da Aneel configura-se como um sandbox regulatório – espécie de "caixa de proteção regulatória" na qual algumas regras podem ser flexibilizadas ou alteradas, com duração e condições previamente delimitadas para que os agentes do setor possam realizar inovações. A chamada pública deve ser lançada ainda este ano. A previsão é contratar até 50 MW médios de energia nessa modalidade.

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Sexta, 29 Março 2024

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