BRF volta a ter lucro depois de três anos de prejuízo

As vendas evoluíram 10,8%, para R$ 33,4 bilhões

Depois de três anos seguidos de prejuízo, a catarinense BRF voltou ao azul em 2019. A companhia lucrou R$ 297 milhões em 2019, ante prejuízo de R$ 4,4 bilhões que obteve no exercício anterior. Somente entre outubro e dezembro a empresa obteve um lucro de R$ 680 milhões graças ao Brasil. As vendas também evoluíram 10,8%, para R$ 33,4 bilhões – mais da metade da receita devido ao mercado interno. De acordo com a BRF, o país apresentou evolução no desempenho desde o início de 2019 e mais notadamente no quarto trimestre, fruto da melhor execução comercial, menor ruptura devido à melhoria da eficiência logística, rígido controle dos níveis de estoques, otimização do mix de produtos e rentabilização dos canais de vendas.

Porém, no mercado Halal (produtos para países islâmicos), a empresa afirma que continua enfrentando alguns obstáculos que nos têm afetado desde o terceiro trimestre de 2019, como as restrições de embarques para o mercado iraquiano a partir da Turquia, impactando a subsidiária Banvit, e a suspensão da planta de processados de Abu Dhabi para o mercado saudita. "Redirecionamos prontamente os volumes para mercados adjacentes, mantendo o volume agregado comercializado no mercado Halal nos mesmos patamares do quarto trimestre de 2018, porém com níveis de preços e rentabilidade menores do que os até então praticados", informa a BRF em seu relatório anual divulgado nesta terça-feira (3).

A empresa também cita a suspensão temporária, pela autoridade sanitária saudita, das plantas localizadas em Dois Vizinhos e Francisco Beltrão, no Paraná. "Iniciamos nosso protocolo de redirecionamento de produção para as demais cinco plantas habilitadas para a Arábia Saudita, ao mesmo tempo em que conduzimos tratativas com seus representantes para elucidação de qualquer questão para reversão dessa decisão", anuncia a BRF.

Em relação ao mercado de grãos, a BRF tem observado uma alta volatilidade nos últimos meses." A despeito do enorme sucesso da safra brasileira em 2019, o câmbio desvalorizado, as incertezas acerca da disputa comercial entre Estados Unidos e China e a melhoria da infraestrutura de escoamento favoreceram enormemente as exportações desses insumos", garante a companhia sediada em Concórdia. De acordo com a Companhia Brasileira de Abastecimento (Conab), as exportações de milho no ano passado alcançaram o patamar de 41,2 milhões de toneladas, um expressivo aumento ante o ano anterior (23,7 milhões de toneladas). "Os estoques de passagem de 2019 para 2020 em níveis mais baixos, cerca de 11,4 milhões de toneladas, influenciaram as cotações no início de 2020, dada a oferta mais justa em relação à demanda prevista durante o primeiro semestre de 2020", explica a BRF.

A BRF é a segunda maior companhia da região e, também, a vice-líder em Santa Catarina, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL, publicado por AMANHÃ com o apoio técnico da PwC. 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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