A inclusão vai além da fachada de uma empresa

É preciso avaliar até que ponto as companhias realmente fazem a diferença

Dia desses, enquanto me deslocava do hotel para o aeroporto após visita a um cliente, o motorista do táxi parou em um sinal. Observei pela janela um prédio bastante bonito com uma placa mais bonita ainda, que dizia "Secretaria Municipal de Apoio a Pessoas com Deficiência". Ao girar os olhos, avistei a calçada que rodeava o prédio e pasmem: não havia em nenhum local uma guia rebaixada ou um acesso que permitisse que um cadeirante adentrasse com facilidade. A situação me chamou a atenção pelo fato de que a essência daquela secretaria deveria ser atender pessoas que precisam de políticas públicas que as ajudem a ser inseridas no contexto social. Minha conclusão, olhando de fora, é de que o órgão é só mais um daqueles criados para não funcionarem em nosso país, infelizmente.

Trazendo isso para o mundo corporativo, devemos pensar neste mesmo contexto. Minha empresa é inclusiva ou se resume a uma "fachada e um outdoor" bonitos ao abordar o assunto? Até que ponto ela é realmente inclusiva? É só um marketing social ou é algo que está em seus valores? O respeito com quem é diferente é a primeira lição que as empresas que se dizem inclusivas precisam aprender. E isso é um leque amplo: é preciso ofertar acesso adequado para as pessoas em suas instalações, espaços internos adaptados a quem tem necessidades, quebrar preconceitos em relação a características como religião, cor, sexo, gênero e por aí vai. Esse processo de inclusão precisa partir da companhia, dando exemplo para seus funcionários, buscando sensibilizá-los sobre o motivo das políticas aplicadas. Sendo algo verdadeiro, o público interno acaba por absorver e viver aquele contexto de maneira natural.

Efetivamente, o mercado valoriza empresas com esse perfil. Mas, certamente, o maior ganho que se tem quando se adota a inclusão dentro das organizações é a satisfação dos profissionais, que viverão esse respeito, serão defensores da marca e até mais produtivos em suas atividades. O ano de 2020 chegou e, com ele, inúmeras possibilidades de se fazer projetos dentro das organizações. Que tal colocar a inclusão como meta para os próximos meses? 

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Quinta, 21 Novembro 2024

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