A fórmula da Herbarium para multiplicar vendas no Brasil
Um grande mercado a explorar, uma tendência mundial de crescimento e um novo modo de consumir, baseado mais no estilo de vida saudável do que em produtos, mais em marcas do que em preço. Esse é o cenário que o Laboratório Herbarium, empresa com o mai...
Um grande mercado a explorar, uma tendência mundial de crescimento e um novo modo de consumir, baseado mais no estilo de vida saudável do que em produtos, mais em marcas do que em preço. Esse é o cenário que o Laboratório Herbarium, empresa com o maior número de fitoterápicos registrados no Brasil, utiliza para desenhar seus novos movimentos no mercado.
O principal deles é a abertura, há menos de um mês, do canal on line de vendas, cuja meta é aumentar em 10% as receitas da fabricante instalada em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Em 2015, as vendas totais devem somar R$ 100 milhões. Junto com o e-commerce, a empresa abriu uma loja-conceito dentro da fábrica, com porta para a rua, para testar o modelo de uma futura rede própria de varejo.
Aos 30 anos de atividades – e mais conhecida pelo shake Bioslim e pelos medicamentos de prescrição urológica masculina Androsten e ginecológica Gamaline –, o laboratório prepara uma reviravolta na linha de produtos e na apresentação visual, ainda hoje marcada pelas ingênuas embalagens coloridas evocando a flora, que foram criadas pelos fundadores da empresa, os irmãos Magrid e Clóvis Teske.
Em 2009, a empresa foi adquirida pela família carioca Geraldi, que é ex detentora da FQM Farmoquímica, controlada na época pelo grupo argentino Roemmers, dono de 20 laboratórios na América Latina. No ano passado, a FQM Farmoquímica foi vendida e o Herbarium ficou sob governança do Marcelo Geraldi. O executivo lidera o lançamento de 70 produtos, incluindo uma linha de fitocosméticos, com óleos e cremes para a pele, shampoos e condicionadores.
Em 2014, as vendas de medicamentos fitoterápicos e alimentos funcionais cresceram 7% no mundo, somando US$ 44 bilhões (cerca de R$ 170 bilhões). No Brasil, o crescimento foi de 10%, mas o mercado é de modesto R$ 1,4 bilhão, menciona o gerente de Marketing Consumo, Bruno Gallerani. Com 110 representantes no país e 24 mil visitas médicas por ano, a Herbarium tem superado esse desempenho. No último trimestre, as vendas foram 20% maiores que as do mesmo período de 2014.
Gallerani diz que a empresa olha com muito otimismo para o futuro, apostando no crescente interesse do consumidor pela prevenção ligada ao uso de produtos naturais e na baixa inserção deles no mercado nacional. Na Alemanha, 10% dos medicamentos usados são fitoterápicos. No Brasil, eles não somam 5%.
O novo marco legal da biodiversidade é outro motor para o laboratório. “A Dinamarca e a Noruega exploram mais os recursos naturais do Xingu do que nós”, comenta Gallerani, que recentemente esteve em seis aldeias do Parque Indígena do Xingu, no nordeste do Mato Grosso, onde visitou indígenas que utilizam plantas locais, encontradas na natureza. A maior parte do insumo usado pelo Herbarium vem de fora do país, situação que deve mudar aos poucos com as possibilidades de desenvolvimento tecnológico abertas pela lei da biodiversidade, estima ele.
Jardim e meditação
Os 330 funcionários da fábrica de Colombo respiram natureza no terreno de 30 mil metros quadrados cobertos por mata nativa. A empresa é frequentadora assídua dos rankings dos melhores lugares para trabalhar. Além da política humanizada de gestão de pessoal, seus pontos fortes são o ambiente e práticas diárias nada ortodoxas no mundo do trabalho.
Há sempre grupos de colaboradores nos bancos e fontes em um “jardim francês” formado por plantas medicinais. E um grande número frequenta, na chegada e na saída do expediente, as aulas de meditação transcendental em uma sala equipada com colchões e cobertores.
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