Startups do setor de alimentos cresceram 15,5% em três anos
A PwC Brasil em parceria com a Liga Ventures mapeou a evolução do mercado de startups do setor de alimentos (foodtechs) no Brasil entre 2019 e janeiro deste ano. O levantamento, realizado em 396 startups de 23 segmentos por meio do Startup Scanner, identificou o crescimento de 15,5% nas startups entre 2019 e 2021, um resultado diretamente ligado à pandemia, quando o setor de alimentação explodiu, com as pessoas trabalhando e ficando mais em casa. No Sul do Brasil, Santa Catarina se destaca entre os três estados com o maior número de startups no ramo de alimentos junto com São Paulo e Minas Gerais.
Os dados fazem parte do relatório "A evolução das startups no setor de foodtechs", que traz uma análise completa do segmento e os desafios das startups que operam nesse ecossistema, refletindo os novos hábitos de consumo e o futuro da alimentação na sociedade pós-pandemia. Ao todo foram monitoradas startups de tecnologia para produção de alimentos, da cadeia agropecuária, passando pelas empresas de alimentação por delivery. No período analisado, 154 startups foram adicionadas ao startup scanner, enquanto 119 foram inativadas.
O estudo revela que 76,6% das empresas do setor estão ativas e 23,1% inativas, ou seja, deixaram de atender aos critérios do monitoramento ou passaram por processos de IPO, foram compradas ou mudaram de segmento. As tecnologias utilizadas pelas startups que mais cresceram foram de e-commerce, data analytics, geolocalização e desenvolvimento de alimentos. "O hábito de compra dos consumidores mudou drasticamente com a pandemia, com as pessoas comprando muito mais online, especialmente alimentos, o que refletiu diretamente no crescimento de startups do setor nos últimos dois anos", analisa o sócio da PwC Brasil, Carlos Coutinho. Ele reforça ainda que as foodtechs se destacaram na pandemia na formação de ecossistemas com o varejo e indústria e também na questão de adaptabilidade e resiliência, para dar conta da alta demanda. Essas mudanças de hábito forçaram as empresas a digitalizar suas operações e também internalizar suas operações de logística e entrega para ganhar eficiência, em tempos de exigência cada vez maior dos consumidores para receber seus produtos em casa no menor tempo possível.
O relatório mostra que nos últimos três anos os estados que tiveram maior crescimento no número de startups ativas no setor de alimentos foram Amazonas, Tocantins, Pernambuco, Paraná, Paraíba e Rio de Janeiro. Já São Paulo (48,7%), Santa Catarina (8,3%) e Minas Gerais (8,3%) são os locais onde há o maior número de startups no país. No Sul e Sudeste, os mercados mais consolidados junto com a maior proximidade de centros de distribuição e matrizes de negócios acabam direcionando uma maior quantidade de startups para o mercado de novos alimentos e bebidas. Enquanto isso, o Centro-Oeste segue sua vocação para o agronegócio, com o crescimento das startups no segmento.
"O cenário de crise que vivemos nos últimos dois anos causou um aumento na busca por inovação, fazendo com que as empresas investissem mais em tecnologia para levar melhores produtos e soluções para os consumidores. Os dados mapeados pelo estudo são muito significativos e mostram como o mercado alimentício está em intenso desenvolvimento e crescimento no país", observa Raphael Augusto, sócio-diretor de produtos e inteligência de mercados da Liga Ventures.
Entre 2021 e 2022, cerca de 72,7% dos R$ 4,6 bilhões movimentados entre 46 investimentos e fusões e aquisições no setor foram direcionados para startups que atuam no varejo fundadas entre 2015 e 2019, principalmente na cidade de São Paulo, e utilizam tecnologias como inteligência artificial em suas soluções. Durante o período de análise, as startups ativas tiveram um crescimento médio de 34,6% no número de funcionários, representando um total de 8.473 novas vagas abertas durante o período. Em 24,2% delas houve crescimento no número de funcionários superior a 50%. Atualmente, o setor emprega quase 26,5 mil pessoas. O crescimento de 71,5% no número de funcionários das startups fundadas em 2020 pode ser explicado, principalmente, pelos investimentos relevantes feitos em algumas startups. A pesquisa mostra ainda que a participação feminina no quadro de sócios e administradores das foodtechs chega a 35%.
Quer saber mais sobre empreendedorismo?
Receba diariamente a newsletter do Grupo AMANHÃ. Faça seu cadastro aqui e, ainda, acesse o acervo de publicações do Grupo AMANHÃ.
Veja mais notícias sobre EmpreendedorismoTecnologiaSanta Catarina.
Comentários: