Startup do Paraná apresenta solução que elimina petróleo da composição do asfalto
Uma pesquisa sobre a utilização do grafeno – uma das formas cristalinas do carbono –, iniciada há quase uma década na Universidade Estadual de Maringá (PR), deu início ao negócio da CarbonExplore. Entre os produtos que a startup de Campo Mourão desenvolveu está uma inovação com alto potencial para mitigar danos ambientais: o ligante asfáltico ecológico – constituído por polímeros combinados com grafeno e borracha reciclada. O produto substitui o betume produzido com petróleo, que é altamente poluente. O ligante asfáltico ecológico está em fase final de testes e o próximo passo é iniciar a comercialização. "Pretendemos gerar receita com as vendas do produto ou pela transferência de tecnologia", explica o sócio da empresa, Henrique Geraldino.
O grafeno é obtido pela CarbonExplore por meio de processo eletroquímico e mecânico, podendo oferecer produtos para pesquisas e indústrias. Além do ligante para pavimentação asfáltica sem a utilização de derivados do petróleo, a empresa produz componentes para baterias e tem uma linha de tintas e revestimentos que oferecem propriedades condutiva, anticorrosiva, antiestática, térmica e refratária. "A sustentabilidade é uma preocupação crescente, pois estão cada vez mais evidentes os impactos negativos que o ser humano provoca na natureza. É importante que as indústrias adotem medidas que minimizem estes impactos, seja com produtos mais ecológicos, métodos de produção mais verdes ou que adotem políticas mais conscientes", destaca Geraldino. "As indústrias só têm a ganhar com a ecoinovação. Podem aprimorar a eficiência dos processos de produção, resultando em aumento de produtividade e melhoria da competitividade no mercado. Também reduzem custos, melhoram a imagem e reputação da marca, permitem que a empresa ingresse em novos mercados, além de reduzir os impactos socioambientais", reforça o empresário.
A CarbonExplore passou pela jornada Catalisa ICT, do Sebrae, iniciativa que promove a aceleração da academia ao mercado, por meio de capacitação em gestão, mentorias, fomento a projetos e acesso ao universo empresarial para os pesquisadores. "As universidades brasileiras produzem uma quantidade expressiva de conhecimentos que precisam ser aplicados no mercado para gerar inovações", aponta a analista de inovação do Sebrae Adriana Dantas. "Desde 2021, o Sebrae já investiu no Catalisa ICT cerca R$ 35 milhões em bolsas, auxílios, eventos, P&DI na Embrapii e internacionalização. Com isso, transformamos o mindset de mais de 3 mil pesquisadores brasileiros e trouxemos para o mercado 170 empresas de alta tecnologia com soluções inovadoras para problemas antigos e novos", completa.
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