Catarinense eMedic Academy triplica faturamento em 2022. Saiba como

Escola para médicos oferece cursos curtos técnicos e de gestão de carreira
"Ensinamos ao médico como gerir a clínica, como precificar um procedimento, como usar o marketing de forma positiva para se destacar", explica Fernanda Bortolozo, médica cientista que fundou a escola

O mercado de cursos curtos para especialistas em diferentes formações está explodindo com o surgimento de novas plataformas no mercado brasileiro e com a ascensão de um novo perfil de profissionais: aqueles que praticam o "life long learning", em inglês, ou, aprendizado continuado durante a vida. Para se ter uma ideia do tamanho deste mercado, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (SEMESP), que representa as entidades do Brasil, aponta que somente o nicho de pós-graduações movimenta quase R$ 5 bilhões por ano no país. Curiosamente, a oferta de cursos curtos para médicos não é tão grande. Foi com foco nesse nicho que, em 2017, surgiu a eMedic Academy, escola que oferece uma série de programas com tratamentos que são tendência de mercado e que podem agregar ao currículo e multiplicar os rendimentos desses profissionais.

"A ideia da eMedic sempre foi oferecer cursos práticos que ensinam ou atualizam uma técnica e procedimentos com grande demanda e poucos especialistas. Porém, vamos além: ensinamos ao médico como gerir a clínica, como precificar um procedimento, como usar o marketing de forma positiva para se destacar", explica Fernanda Bortolozo, médica cientista que fundou a escola. Para ensinar as técnicas e auxiliar os alunos na gestão de suas carreiras, a escola se apoia na sua prolixa produção científica, que gera novos conhecimentos e possibilidades de tratamentos, e na experiência prática dos professores. Ela, por exemplo, atua há mais de 20 anos no mercado.

"O segmento de cursos curtos sofre com a oferta excessiva e o baixíssimo nível de aprofundamento. Há muitos aventureiros que atrapalham o mercado. Por isso, apostamos nos cursos híbridos. Temos materiais online, mas as mentorias e o hands on (aula presencial, onde o médico aplica o tratamento em uma paciente modelo) são os nossos diferenciais. Além disso, o acompanhamento do aluno após o curso segue por tempo indefinido, algo raro de se ver", aponta. Para a especialista, ao contrário do que muitos pensam, o online irá passar, em breve, por uma onda de cursos cada vez mais personalizados e adaptados ao aluno: "acabou-se a era em que o professor ditava regra, agora ele tem que entender as dificuldades do aluno e atuar ali", destaca. "Quando começamos com as mentorias, nossas turmas tinham 10 alunos, no entanto, sentíamos que o nível de entrega poderia melhorar. Decidimos testar um novo modelo e as turmas passaram a ter cinco. Ainda dava para melhor quando chegamos a turmas com três. No final, entendemos que turmas com dois alunos é o ideal pois o nível de aprendizado é incrível e o entrosamento com o outro colega é um laço para toda a vida", complementa.

Colhendo resultados
Todos esses esforços trouxeram resultados acima das expectativas. "Em 2022, nós triplicamos o faturamento em relação a 2021, que já havia sido nosso melhor ano. Nosso índice de satisfação é de 98%, algo que realmente nos orgulha", revela Thiago Cruz, administrador da eMedic e esposo de Fernanda, sem revelar o valor da receita anual no ano passado. A maior parte do total, diz ele, foi direcionada para reinvestimentos, já que os próximos passos miram um futuro ainda mais ambicioso para a escola. Para garantir a continuidade desse ciclo de crescimento, a empresa opera em duas frentes. Primeiro, o custo fixo é controlado e baixo, o que a permite focar na personalização dos cursos. "Não usamos chatbots. Nosso público não tolera um atendimento ineficiente. Todo o relacionamento é feito pela nossa equipe de forma direta com o aluno, sem intermediários". Além disso, para implantar cursos disruptivos e altamente práticos, a eMedic adotou a mentalidade de startup com uma gestão estratégica ágil que coloca projetos em pé rapidamente e com a gestão do erro sendo feita simultaneamente. "A gente gosta de pensar naquilo que o aluno nem sabe que quer aprender e surpreendê-lo, mas isso, claro, só acontece se não formos conservadores", destaca.

Como administrador, Cruz enfrenta diariamente dois desafios principais. "Nossos cursos são de alto padrão e com um ticket médio elevado. Então, a principal concorrência está no excesso de cursos mais rasos e baratos e que acabam frustrando o aluno", aponta. Segundo ele, é comum receber novos alunos que fizeram cursos em outras instituições e não conseguiram aprender o que gostariam. Além disso, encontrar professores que atendam os requisitos de técnica e didática da escola ainda é um desafio. "Estamos em busca desses parceiros para aumentar a cartela de cursos", aponta.

Segundo o Conselho Federal de Medicina, hoje existem 546 mil médicos ativos no Brasil, a maioria deles com mais de 20 anos de formados. Isso explica o público-alvo da escola. "Mais de 70% dos nossos alunos são mulheres, na faixa dos 35 anos. A maioria delas, dermatologistas ou cirurgiãs plásticas que vêm do Nordeste ou do Sudeste em busca da atualização de um conhecimento prévio ou do aumento do faturamento", aponta Fernanda. Para a médica, a principal falha das faculdades de medicina está na formação de profissionais que saibam gerir suas carreiras. "O médico sai sabendo curar o paciente, mas não sabe precificar um procedimento, não sabe fazer marketing, se quer foi dito a ele quais impostos e licenças ele tem que ter para abrir uma clínica. Eu passei por tudo isso", revela. Além disso, o médico não é um público afeito a cursos online. Ele sente a necessidade de ver presencialmente como o procedimento funciona. "A nova geração, que está para sair da faculdade, irá procurar mais essa modalidade, mas a gente acredita que, na saúde, a parte prática tem que ser presencial e para nós vai continuar assim", conta.

A especialista destaca que, com a evolução tecnológica e robótica, a reserva de mercado para médicos irá diminuir drasticamente, acompanhando o movimento dos últimos anos. "O caminho parece ser a pesquisa. O médico será um pesquisador ao longo de toda a carreira, buscando e acompanhando esses avanços. Além disso, ele terá que desenvolver uma relação de confiança maior com o paciente. Vivemos o customer centricity, ou seja, o cliente, ou o paciente, está no centro de tudo. O médico vai ter que descer do pedestal", afirma. Atualmente com 20 cursos no portfólio, a eMedic está em plena expansão de sua cartela e vai reforçar sua abordagem em cursos médicos curtos de alto padrão, mas não descarta um novo braço mirando não médicos que também atuem na área da estética. Neste caso, seriam professores não médicos a ministrarem os cursos. "Estamos no início desse planejamento. Acreditamos que vamos criar um novo nicho dentro desse segmento também", projeta a empresária.

"Hoje somos responsáveis pela formação de 10% dos médicos que atuam no mercado nacional na área de preenchimentos corporais com substâncias duradouras. No ano passado, fizemos o nosso primeiro curso no exterior, em Harvard, e agora estamos caminhando para a internacionalização, de fato, da eMedic. Isso vai acontecer em breve com a publicação de alguns estudos científicos extensos que levamos alguns anos para finalizar e que certamente vão influenciar o mercado da estética pois estaremos apresentando novidades importantes para esse mercado", finaliza Fernanda.

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Domingo, 12 Mai 2024

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