Ruídos aumentam projeções de inflação, afirma presidente do BC

Cenário político tem levado o mercado a aumentar as estimativas para o IPCA
“Percebemos que a desconexão entre os números que vemos no mercado e os números que temos internamente é maior do que a de costume”, destacou Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (19) que ruídos no cenário político têm levado o mercado a aumentar as projeções de inflação do Brasil. "Há muito ruído na parte do funcionamento institucional do Brasil, a briga entre Poderes", destacou em palestra virtual do Council of the Americas.

Para ele, as turbulências têm feito com que as perspectivas em relação a situação econômica do país do mercado sejam consideravelmente diferentes das análises técnicas do BC. "Percebemos que a desconexão entre os números que vemos no mercado e os números que temos internamente é maior do que a de costume", acrescentou.

O último Boletim Focus, pesquisa feita pelo BC com especialistas do sistema financeiro, mostrou que a previsão do mercado para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,88% para 7,05%.

As mudanças anunciadas pelo governo federal no Programa Bolsa Família também ajudaram, na avaliação do presidente do BC, a trazer incertezas para os operadores do mercado. "Quando o governo explicar o que o Bolsa Família vai ser e como vai se pagar por ele, isso vai acabar com algumas incertezas que nós vemos no mercado", disse.

A medida provisória que cria um novo programa, chamado de Auxílio Brasil, foi apresentada ao Congresso Nacional no último dia 9 de agosto. O novo programa social deve pagar, pelo menos, 50% acima do valor médio pago pelo Bolsa Família, que atualmente é de R$ 189. Parte dos recursos do novo programa virá do parcelamento do pagamento de precatórios previsto na PEC e também de um fundo que será criado com recursos de privatizações.

Campos Neto declarou que serão feitos todos os esforços para manter a inflação dentro das metas. "Se tem algo que impacta o crescimento sustentável em médio e longo prazo é inflação, que age de modo perverso em muitos aspectos", disse ao ser perguntado sobre os possíveis impactos das taxas de juros nos índices de emprego e crescimento econômico.

Quer saber mais sobre economia?
Receba diariamente a newsletter do Grupo AMANHÃ. Faça seu cadastro aqui e, ainda, acesse o acervo de publicações do Grupo AMANHÃ.

Com Agência Brasil

Veja mais notícias sobre EconomiaBrasil.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 23 Novembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/