Recessão compensará impacto da alta do dólar nos preços

"As reservas são um seguro que pode e deve serutilizado". A declaração do presidente do Banco Central (BC), AlexandreTombini, durante a apresentação do Relatório de Inflação nesta quinta-feira (24), foi suficiente paraacalmar os ânimos do mercado fin...

"As reservas são um seguro que pode e deve serutilizado". A declaração do presidente do Banco Central (BC), AlexandreTombini, durante a apresentação do Relatório de Inflação nesta quinta-feira (24), foi suficiente paraacalmar os ânimos do mercado financeiro e colocar o dólar, pela primeira vez emcinco dias, em trajetória descendente. A moeda, que chegou a bater R$ 4,24,fechou o dia a R$ 3,99, uma queda de 3,73%.  O BC anunciou ainda um programa deintervenção no mercado de títulos públicos, com o objetivo de conter a fortevolatilidade dos juros observada nos últimos dias. O anúncio colaborou para queo Ibovespa equilibrasse os quatro últimos pregões consecutivos em baixa eapresentasse uma leve alta nesta quinta, 0,02%. Tombini também reforçou que o Tesouro tem uma série de instrumentos à disposição para controlar a disparada do dólar, que apesar do desempenho desta quinta, ainda está bastante valorizado frente ao real, provocando preocupações em relação ao aumento dos preços.

A recessão econômica deve compensar o impacto da alta dodólar nos preços, de acordo com a avaliação do BC divulgada noRelatório de Inflação. Segundo a autoridade monetária, "o cenáriorecessivo da atividade econômica deve contribuir para a redução da trajetóriada inflação de preços livres no restante deste ano, mais que compensando oimpacto dos choques cambiais". 

O BC também cita como fatores de compensação as perspectivasmais fracas para a economia em 2016, o atual nível de estoques de produtos e omelhoras nos preços de commodities (produtos primários com cotaçãointernacional) e a taxa básica de juros, a Selic, elevada por sete vezesseguidas.

O dólar esteve em alta nos últimos dias. A moeda mais caraafeta a inflação porque torna produtos importados mais caros. Mas o BC avaliaque – com a economia em queda – esse repasse do câmbio para a inflação deve sermenor. No relatório, o BC também avalia que, “depois de um período necessáriode ajustes, que pode ser mais intenso e mais longo que o antecipado, o ritmo deatividade tende a se intensificar”. Para que isso aconteça, o BC destaca que épreciso melhorar a confiança das empresas e famílias.

O BC também considera que, no médio prazo, o consumo tende acrescer em ritmo menos intenso e os investimentos devem ganhar impulso. Nocenário externo, o BC avalia que o crescimento da economia global, mesmomoderado, combinado com a alta do dólar, deve levar ao reequilíbrio das contasexternas e ao crescimento sustentável da economia brasileira. O BC tambémdestaca que, “em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis àcompetitividade da indústria e da agropecuária”. O setor de serviços, por suavez, "tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anosrecentes”, avalia o BC.

Veja mais notícias sobre Economia.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sexta, 13 Dezembro 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/