PIB gaúcho desaba quase 14% no segundo trimestre
A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 13,7% no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior. Os números do Produto Interno Bruto (PIB) revelam um recuo ainda maior na comparação com o mesmo período de 2019 (-17,1%). As duas taxas trimestrais são as maiores quedas já registradas desde o início do cálculo do PIB trimestral, em 2002, e ambas são mais severas do que as do Brasil (-9,7% e -11,4%, respectivamente).
No acumulado do ano, a queda no PIB do Rio Grande do Sul chega a 10,7%, contra retração de 5,9% no país, o que fez a economia gaúcha recuar ao mesmo patamar do primeiro trimestre de 2009. Os resultados do segundo trimestre foram divulgados por meio de videoconferência na tarde desta sexta-feira (18) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG). "Esse resultado evidencia uma forte desaceleração da atividade econômica no Rio Grande do Sul provocada tanto pela estiagem, que afetou a agropecuária, quanto pelos efeitos negativos decorrentes do enfrentamento da pandemia sobre a indústria e as atividades de serviços", avalia Martinho Lazzari, pesquisador do DEE/SPGG.
Na visão de Lazzari, o segundo trimestre foi o fundo do poço, mas os indicadores mensais mais recentes têm revelado que a economia gaúcha está se recuperando, da mesmo modo como tem acontecido no Brasil e em outros países. Provocado se a velocidade da retomada tomará a forma do V ou mesmo do símbolo do Nike – um dos ícones usados com frequência pelo ministro da Economia Paulo Guedes ao tratar do tema –, o técnico preferiu a cautela. "A tendência, agora, é que a curva volte a subir, porém não há condições ainda de afirmar qual será o tamanho da segunda perna do V. Nos dois trimestres seguintes não será possível recuperar totalmente [as perdas anteriores]. Acho que vai ser, daí, algo mais parecido com uma raiz quadrada no primeiro momento", argumenta.
Segundo trimestre em relação ao anterior
Consequência direta da estiagem do período e dos reflexos da pandemia do novo coronavírus, o PIB registrou queda de 13,7% na comparação com o trimestre anterior. Entre os segmentos que compõem o cálculo, a retração mais significativa foi da agropecuária, com -20,2%, seguida da redução registrada na indústria (-15,9%) e no setor de serviços (-9,1). Com exceção dos serviços, todos tiveram queda mais acentuada quando comparada com o país no período, em especial a agropecuária, que no Brasil teve variação positiva de 0,4%. No país, a indústria registrou queda de 12,3% e serviços de 9,7%, em relação ao primeiro trimestre de 2020.
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