Pesquisa revela falta de confiança de industriais gaúchos
O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) de junho, divulgado nesta quinta-feira (20) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), subiu 2,5 pontos, para 46,9, recuperando parte da queda intensa de 6,1 registrada em maio. Apesar da alta, o ICEI-RS permanece abaixo dos 50 pontos, revelando que a ausência de otimismo continua entre os empresários neste mês. A pesquisa foi realizada com 164 empresas, sendo 33 pequenas, 57 médias e 74 grandes, entre 4 e 12 de junho. "Mesmo com essa leve melhora, os resultados mostram que o cenário econômico brasileiro e, em particular, as condições da economia e das empresas gaúchas, continuam a se deteriorar, com a persistência de níveis elevados de incerteza no plano nacional e, regionalmente, pelos impactos das enchentes do mês passado", afirma Gilberto Petry, presidente da entidade. Ele também revela que o setor industrial gaúcho não percebe melhora no curto prazo, que é um sinal negativo para a produção, investimentos e emprego nos próximos meses.
Na passagem de maio para junho, entre os componentes da confiança, as condições atuais pioraram, mas houve uma melhora relativa das expectativas, muito impactadas em maio por conta da calamidade climática. O índice de condições atuais caiu pelo terceiro mês seguido, de 41,9, em maio, para 40,6 pontos, em junho, valor mais baixo desde maio de 2023. Isso mostra uma percepção negativa entre os empresários cada vez mais forte e disseminada. O índice de condições da economia brasileira atingiu 38,2 pontos, 0,3 a menos do que maio. A pontuação bem abaixo dos 50 reflete a diferença expressiva entre a proporção de empresários que percebem piora na economia brasileira (47,9%) ante a parcela (3,7%) que vê melhora.
Sobre a avaliação da economia estadual, que não entra no cálculo do índice, ela segue bem pior do que a nacional: o índice de condições da economia gaúcha caiu de 34,1 para 24,7 pontos, com 73,6% dos empresários percebendo deterioração. O índice de condições das empresas também recuou em junho, para 41,8 pontos, o menor valor desde julho de 2020 e 1,8 abaixo de maio. Para os próximos seis meses, o índice de expectativas recuperou parte das perdas de maio, saindo do terreno pessimista (45,7 pontos) para o neutro (50). O pessimismo permanece, ainda que menor, com relação à economia brasileira, cujo índice aumentou de 41,6 no mês passado para 44,1 pontos, em junho. A perspectiva negativa com relação à economia gaúcha é mais intensa, mas também diminuiu: de 33,7 para 36,7 pontos no mesmo período. Em junho, um terço dos empresários estão pessimistas com a economia brasileira (55,2% com a economia do RS) e 10,4%, otimistas (11,7% com a economia do RS).
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