Junho apresenta inflação de 0,26%

O IPCA acumula alta de 0,1% no ano e de 2,13% em 12 meses
Aumento nos preços da gasolina pressionou a alta do índice

Após dois meses seguidos de deflação, os preços no país voltaram a subir e registraram alta de 0,26% em junho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), publicado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE. A taxa foi influenciada pelo aumento nos preços dos combustíveis após reduções nos últimos quatro meses, em especial da gasolina, que teve o maior impacto individual (0,14 p.p.), com alta de 3,24%. Após as duas quedas consecutivas (0,31% e 0,38% em abril e maio, respectivamente) e com o aumento de junho, o IPCA acumula alta de 0,1% no ano e de 2,13% em 12 meses.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta no mês. Transportes foi a segunda maior contribuição (0,06 p.p.), com preços que subiram 0,31%, mas que vinham de quatro meses consecutivos de queda. "Houve uma alta nos preços dos combustíveis que chegou nas bombas e impactou o consumidor final. Isso alterou o grupo de Transportes e influenciou no IPCA", detalha Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.Etanol (5,74%), o gás veicular (1,01%) e o óleo diesel (0,04%) registraram alta, levando o preço dos combustíveis a subir 3,37%, frente à variação de -4,56% registrada em maio.

Entre as quedas do grupo de Transportes, os destaques foram as passagens aéreas (-26,01%), que apresentaram variação similar à observada em maio (-27,14%) e contribuíram com o maior impacto individual negativo no IPCA de junho (-0,11 p.p.). Além disso, o item transporte por aplicativo, após alta de 5,01% em maio, registrou -13,95% de variação.

Alimentos voltam a subir
O grupo com maior impacto do resultado do IPCA de junho foi Alimentação e bebidas (0,38%), que aumentou em relação ao resultado de maio (0,24%). Este conjunto de itens, no entanto, já vinha de uma sequência de alta, que está em parte ligada à demanda elevada durante a pandemia do Covid-19. "As medidas de isolamento social, que fizeram as pessoas cozinharem mais em casa, por exemplo, ainda estão em vigor em boa parte do país. Isso gera um efeito de demanda e mantém os preços em patamar mais elevado", explica Kislanov. Um exemplo é o item alimentos para consumo no domicílio, que passou de 0,33% em maio para 0,45% em junho, influenciado principalmente pela alta nos preços das carnes (1,19%) e do leite longa vida (2,33%).

Ainda neste grupo, destaca-se também a alimentação fora do domicílio, que acelerou na passagem de maio (0,04%) para junho (0,22%), especialmente por conta do item lanche (1,01%). Já o grupo que registrou a maior variação positiva no IPCA de junho foi Artigos de residência (1,30%), em função da alta dos eletrodomésticos e equipamentos (2,92%) e dos artigos de TV, som e informática (3,80%). "O dólar alto pressiona os preços desses produtos", explica Kislanov. Neste grupo, os itens de mobiliário (-1,33%) seguem em queda, embora a variação tenha sido menos intensa que a observada em maio (-3,17%).

Veja mais notícias sobre EconomiaBrasil.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 20 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://amanha.com.br/