Febraban elogia medidas para o mercado de crédito
Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), elogiou, por meio de nota, as pretendidas ações do governo federal para o mercado de crédito nacional. Entre elas estão a redução da assimetria de informações entre os tomadores de crédito e credores (proposta de compartilhamento das informações do IR) e a recuperação de garantias (Marco de Garantias e Execução de Dívidas). "A prioridade dada ao aperfeiçoamento do mercado de crédito, em especial o marco de garantias, é muito bem-vinda", afirma Sidney.
Algumas das medidas fazem parte de sugestões que a própria Febraban e o setor bancário já haviam sugerido ao novo governo. Segundo Sidney, a entidade se compromete a continuar trabalhando, em conjunto com entidades governamentais, para a redução do custo de crédito e o aumento da oferta. "O mercado de crédito no Brasil possui amplo espaço para aperfeiçoamento, o que permitiria maior penetração das operações de crédito entre os diversos segmentos da economia, contribuindo para maior expansão do PIB. A relação crédito bancário/PIB, na faixa de 54%, ainda é baixa para os padrões internacionais, especialmente comparando com os países desenvolvidos, cuja razão crédito/PIB na maioria dos casos ultrapassa 100%", compara.
Para Sidney, as medidas anunciadas, uma vez implementadas, serão um reforço importante para redução das taxas de juros cobradas no país, que ainda são elevadas e atrapalham o desenvolvimento do mercado de crédito. "Isso decorre principalmente dos altos custos de intermediação financeira. Aproximadamente 80% da composição do spread bancário decorre dos custos de intermediação, enquanto a margem financeira das instituições representa apenas 20%, segundo o Banco Central", explica. Para ele, a inadimplência é um dos principais custos relacionados à intermediação financeira, representando cerca de 30% do total. "Ainda há custos operacionais/administrativos e com tributos, que também pesam nas taxas. Além das próprias perdas decorrentes da inadimplência, o país apresenta baixo nível de recuperação de garantias, apenas 18,2% do total emprestado, segundo o Banco Mundial. Nos países desenvolvidos, o grau de recuperação, em média, ultrapassa 80% e nos países emergentes o nível de recuperação supera o dobro do observado no Brasil", destaca.
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