Equilíbrio fiscal será determinante em 2021, nota Fecomércio-RS
A expectativa é que o Brasil termine o ano com R$ 845 bilhões de déficit primário, o que representa 11,7% do PIB. Como a isso se soma a necessidade de pagamento de juros, observou-se, em 2020, um aumento expressivo da dívida pública. Muito do cenário econômico será ditado em 2021, como ocorreu neste ano, pela Covid-19 e pelas medidas de quarentena adotadas pelos governos. No entanto, a análise da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) aponta para a necessidade de o país voltar à normalidade fiscal. Em resumo: determinar e respeitar o teto de gastos, estipular e cumprir meta de superávit primário e fazer com que a política econômica volte à normalidade. Caso contrário, teremos aumento da inflação, câmbio alto e desemprego ainda bastante elevado.
Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2) o presidente da entidade, Luiz Carlos Bohn, alertou para a necessidade urgente da retomada do equilíbrio fiscal no próximo ano. "Os desafios para o próximo ano são diversos. Esperamos que os governos estadual e federal façam a sua parte controlando o crescimento da dívida pública, com a retomada do teto de gastos visando o equilíbrio fiscal", cobrou. Marcelo Portugal, economista da federação, fez coro ao presidente lembrando que a extensão do auxílio emergencial ainda está sendo discutido pelo Palácio do Planalto, fato que impacta diretamente as contas públicas.
"Caso se decida pelo oferecimento do auxilio em 2021, o valor terá de ser menor. Além do mais, haverá a necessidade do montante estar contemplado dentro da lógica do teto de gastos, algo que foi feito para forçar o governo a cortar algo quando é levado a investir em outra área", opinou. Para Portugal, a falta de um plano econômico mais claro de Bolsonaro pode comprometer a retomada no próximo ano. "Quando se pergunta se teremos auxilio emergencial ou não, significa que não existe um rumo claro para a economia. Se não bastasse a incerteza trazida pelo vírus, ainda temos essa envolvendo a politica econômica", desabafou.
A entidade prevê que o crescimento do PIB nacional em 2021 seja de 3,2%, enquanto a expectativa é de crescimento de 2,5% no próximo ano para a economia gaúcha. Para o comércio, a projeção é de um avanço de 2,5% e de 3,5% nos serviços. A inflação medida pelo IPCA deve ser de 4%, e os juros devem chegar a 3,75%. A Fecomércio-RS estima, ainda, que o câmbio chegue a R$ 5 ao final de 2021.
Veja mais notícias sobre EconomiaBrasilRio Grande do Sul.
Comentários: