Contas públicas fecham junho com déficit recorde de R$ 194,7 bilhões

Fato se deve aos reflexos da pandemia na economia
No caso das despesas, o resultado foi influenciado principalmente pelas medidas de combate à crise gerada pela pandemia de Covid-19 que somaram valor de R$ 96,8 bilhões no mês passado

As contas públicas fecharam o mês de junho com saldo negativo de R$ 194,7 bilhões, informou o Tesouro Nacional. O recorde no déficit primário, despesas maiores que as receitas, sem considerar no cálculo os gastos com juros, do governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) é explicado pelos efeitos da Covid-19 na economia. Em junho do ano passado, o déficit primário ficou em R$ 11,8 bilhões.

"Assim como no mês anterior, o déficit de junho é explicado, principalmente, pela redução significativa na arrecadação, combinada com o aumento nas despesas do Poder Executivo decorrentes de medidas de combate à crise da Covid-19, bem como da antecipação do pagamento do 13º de aposentados e pensionistas do Regime Geral da Previdência Social e pagamento acumulado dos precatórios", detalha o relatório do Tesouro Nacional.

No mês passado, em termos reais (descontada a inflação), a receita líquida apresentou queda de R$ 29,3 bilhões (-31%), enquanto a despesa total aumentou R$ 153,4 bilhões (+144%), quando comparados a junho de 2019. O adiamento no pagamento de impostos contribuiu para reduzir as receitas em R$ 20,4 bilhões. A retração na atividade econômica também contribuiu para reduzir as receitas.

No caso das despesas, o resultado foi influenciado principalmente pelas medidas de combate à crise gerada pela pandemia de Covid-19 que somaram valor de R$ 96,8 bilhões no mês passado. "Destaque para o auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade social (R$ 44,7 bilhões), as despesas adicionais do Ministério da Saúde e demais ministérios (R$ 19,9 bilhões), o auxílio emergencial aos estados, municípios e DF (R$ 19,7 bilhões) e o Benefício Especial de Manutenção do Emprego e Renda (R$ 7,1 bilhões)", lista o relatório. Além disso, acrescenta o Tesouro, houve "elevação pronunciada" no pagamento de benefícios previdenciários, que cresceu 57,8% em termos reais (R$ 28,2 bilhões) devido à antecipação do pagamento de 13º de aposentadorias e pensões e aos pagamentos de sentenças judiciais e precatórios.

Resultado acumulado
No primeiro semestre, o déficit primário chegou a R$ R$ 417,2 bilhões, contra R$ 29,3 bilhões em igual período de 2019. Nesse período, a receita líquida apresentou queda de R$ 116,5 bilhões (-18,1 %) e a despesa total cresceu R$ 271,1 bilhões (+40,3%), quando comparados ao mesmo período de 2019. Para esse período, o adiamento de pagamento de tributos estimado é de R$ 81,3 bilhões, enquanto a diminuição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos totalizou R$ 6,3 bilhões. Do lado da despesa, até junho os gastos realizados das medidas de combate à crise totalizaram R$ 210,6 bilhões.

Com Agência Brasil 

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