Contas externas têm saldo negativo de US$ 4,1 bilhões em julho
As contas externas tiveram saldo negativo de US$ 4,1 bilhões em julho, informou o Banco Central (BC). No mesmo mês de 2021, o déficit havia sido de US$ 1,1 bilhão nas transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda com outros países. A diferença na comparação interanual se deve ao resultado do superávit comercial que reduziu US$ 2,1 bilhões, enquanto os déficits em serviços e renda primária (lucros e dividendos) aumentaram US$ 790 milhões e de US$ 179 milhões, respectivamente. No acumulado do ano, o déficit é de US$ 18,4 bilhões, contra saldo negativo de US$ 9,7 bilhões de janeiro a julho de 2021.
Balança comercial e serviços
As exportações de bens totalizaram US$ 30,2 bilhões em julho, aumento de 17,4% em relação a igual mês de 2021. As importações somaram US$ 26 bilhões, incremento de 33,8% na comparação com julho do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial fechou com superávit de US$ 4,1 bilhões no mês de julho, ante saldo positivo de US$ 6,2 bilhões em julho de 2021.
Em julho de 2022, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 6,5 bilhões, relativamente estável antes os US$ 6,356 bilhões no mesmo mês de 2021. Normalmente, essa conta é deficitária, já que há mais investimentos de estrangeiros no Brasil, que remetem os lucros para fora do país, do que de brasileiros no exterior.
Investimentos
Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 7,7 bilhões no mês de julho, ante US$ 6,6 bilhões em julho de 2021, disseminado em diversos setores da economia. Houve ingressos líquidos em participação no capital, US$ 5,5 bilhões, como compra de novas empresas e reinvestimentos de lucros. Enquanto isso, as operações intercompanhia (como os empréstimos da matriz no exterior para a filial no Brasil) tiveram superávit de US$ 2,1 bilhões. Nos 12 meses encerrados em julho de 2021, o IDP totalizou US$ 65,6 bilhões, correspondendo a 3,7% do PIB. Quando o país registra saldo negativo em transações correntes, precisa cobrir o déficit com investimentos ou empréstimos no exterior. A melhor forma de financiamento do saldo negativo é o IDP, porque os recursos são aplicados no setor produtivo e costumam ser investimentos de longo prazo.
Com Agência Brasil
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