Banco Central indica novo corte na taxa Selic

O Banco Central pode continuar reduzindo a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses, segundo revelou o Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado, que reduziu a taxa na última semana, levando os juros básicos ao patamar de 6% ao ano, ap...
Banco Central indica novo corte na taxa Selic

O Banco Central pode continuar reduzindo a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses, segundo revelou o Comitê de Política Monetária (Copom). O colegiado, que reduziu a taxa na última semana, levando os juros básicos ao patamar de 6% ao ano, apontou uma tendência de retomada do processo de recuperação da economia do país, "que tinha sido interrompido nos últimos trimestres". A informação foi divulgada na ata da última reunião do comitê, quando a Selic, usada como balizador da economia para o controle da inflação, teve o primeiro recuo depois de um ano e quatro meses.

Ainda diante dessas projeções, o Copom alertou, no mesmo texto, que a decisão sobre o futuro do indicador da política monetária vai depender da evolução do cenário do país dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação. “O Comitê avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo [monetário, ou seja, corte da Selic]”. O documento ressaltou que dados sugerem possibilidade de retomada do processo de recuperação da economia brasileira, que tinha sido interrompido nos últimos trimestres.

Para integrantes do comitê, o PIB tende a ficar estável ou apresentar ligeiro crescimento no segundo trimestre. A aceleração do índice pode continuar nos trimestres seguintes, reforçada pelos estímulos decorrentes da liberação de recursos do Fundo de Garantira do Tempo de Serviço (FGTS) e do PIS/Pasep. Apesar disto, a expectativa é que o ritmo de crescimento subjacente da economia, que exclui os efeitos de estímulos temporários, será gradual.

Para o comitê, o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado. Ainda assim, o Copom enfatizou que “a continuidade desse processo é essencial para a queda da taxa de juros estrutural [juros que permitem crescimento econômico, sem descontrole da inflação] e para a recuperação sustentável da economia”. O Comitê ressaltou ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes. “Em particular, o comitê julga que avanços concretos nessa agenda são fundamentais para consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva”, destacaram os membros do colegiado na ata.

A expectativa é que com a reforma da Previdência e adequação das regras para aposentadoria à estrutura e dinâmica demográficas do país o ritmo de crescimento dos gastos do governo caia, aumentando a poupança pública. “Além disso, gera incentivos para aumento da taxa de poupança por parte da população, visando sustentar um certo padrão de consumo após a aposentadoria”, destacou. O BC também avaliou que a reforma reduz o prêmio de risco (retorno adicional cobrado por investidores para aceitar correr maior grau de risco) da taxa de juros estrutural, porque melhoram as perspectivas de sustentabilidade fiscal. “Por outro lado, a reforma induz aumento da oferta de trabalho e tende a estimular investimentos privados ao reduzir incertezas sobre aspectos fundamentais da economia brasileira. Considerando apenas esses dois últimos canais, a reforma tenderia a elevar a taxa de juros estrutural”, destaca o texto. Ao considerar todos os fatores, o Copom entende que a reforma contribui para redução gradual da taxa de juros estrutural da economia. 

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Sexta, 22 Novembro 2024

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