Banco Central decide aumentar juros para 12,25% ao ano

Essa é a terceira elevação consecutiva da Selic
BC antevê ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões

Pressionado pela alta do dólar e do preço dos alimentos, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (11) aumentar a taxa básica de juros em um ponto percentual, para 12,25%. Essa é a terceira elevação consecutiva da Selic. A decisão foi unânime. A reunião foi a última sob o comando de Roberto Campos Neto no BC. Em janeiro, o atual diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, assume a presidência da autoridade monetária.

"O Comitê entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", destacam os membros do Copom. "Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões", projeta o BC. O Copom voltará a se reunir nos dias 28 e 29 de janeiro e, depois, em 18 e 19 de março. "A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos", detalha o comunicado divulgado depois da reunião.

Entenda os termos usados pelo Banco Central ao definir a taxa de juros clicando aqui.

"O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Avaliou-se que tais impactos contribuem para uma dinâmica inflacionária mais adversa. O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionista", enumera o Copom.

"O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes", avalia o BC.

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Quarta, 11 Dezembro 2024

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