Todas as regiões de Santa Catarina apresentam estado gravíssimo
O governo catarinense apresentou neste sábado (27) os dados atualizados da matriz de risco potencial em relação ao novo coronavírus. Pela nova classificação, todas as regiões se encontram em nível gravíssimo (cor vermelha). Em relação aos dados divulgados na semana passada, a região Carbonífera apresentou piora no cenário e foi reclassificada da situação grave (cor laranja) para gravíssimo. Clique aqui para conferir a matriz na íntegra.
Pela segunda semana consecutiva, a região Oeste registrou nota 4 (valor mais alto) em todos os quesitos avaliados pela matriz. A mesma situação foi verificada na região de Xanxerê. Pela primeira vez desde a criação da matriz, em julho de 2020, foram registradas duas regiões com notas 4 em todos os quesitos de avaliação.
No dia 26 de fevereiro, o estado alcançou a marca de 33.464 casos ativos. Na data da divulgação da última matriz, do dia 20 de fevereiro, eram 24.526 mil casos ativos. "Apresentamos um cenário de aceleração em todas as regiões, sem nenhum indicativo de estabilização neste momento", explica a analista de dados Bianca Vieira, do Centro de Operações de Emergência em Saúde. O percentual de positividade dos exames processados está próximo a 30% na maior parte do estado.
Novo decreto
O governo catarinense anunciou um novo decreto suspendendo o funcionamento de serviços não essenciais das 23h de sexta-feira (26) até as 06h de segunda-feira (1º). A decisão objetiva reforçar o enfrentamento ao coronavírus em um momento de agravamento da situação sanitária em Santa Catarina. O texto prevê ainda a reedição das medidas com fechamento de atividades não essenciais no próximo fim de semana, entre as 23h e 6h de 5 a 8 de março.
O Governo do Estado protocolou junto ao Ministério Público de Santa Catarina neste sábado resposta à Recomendação Conjunta n. 1/2021 encaminhada pelo órgão e pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, a Defensoria Pública do Estado e a Defensoria Pública da União. O documento destaca que os promotores e defensores sustentam sua recomendação baseados quase exclusivamente na avaliação do Decreto nº 1.168, de 24 de fevereiro, que trouxe medidas de restrição sem suspensão de atividades. No entanto, na sexta-feira, o governo catarinense editou o Decreto nº 1.172, que determinou a suspensão de diversas atividades e serviços não essenciais durante o fim de semana.
"Os decretos editados nessa última semana deixam clara a possibilidade de os municípios adotarem medidas mais restritivas, baseados nas realidades locais, em consonância com a estratégia da regionalização adotada. É fato que a situação se agravou nas últimas semanas e também é fato que o Governo do Estado está atento e tomando todas as medidas necessárias para mitigar os efeitos da Covid-19", ressalta a nota.
"De rigor pontuar que a atuação do administrador muitas vezes não pode esperar o desenvolvimento de longos e exaurientes estudos técnicos, uma vez que a velocidade das demandas sociais não acompanha o ritmo acadêmico. É na experimentação de quadro valendo-se da matriz de risco com movimentos calculados no sentido de aumento ou diminuição de restrições, quando necessárias, que se encontra o ponto de equilíbrio. Por fim, a necessidade de uma avaliação global da questão, sem descuidar de todos os interesses dos catarinenses e tendo como preponderância a vida e a saúde da população, exige que as medidas restritivas a serem adotadas sejam graduais, na medida do possível, evitando-se a quebra da legítima expectativa depositada pela população sobre as ações de governo", destaca o documento apresentado pelo governo estadual.
Nos últimos 30 dias foram pactuados 130 novos leitos de terapia intensiva e 220 leitos clínicos em diferentes regiões. Além disso, na terça-feira (23) foram anunciados R$ 600 milhões para contratar leitos de UTI na rede privada. Também há garantia de R$ 300 milhões para a compra de novas doses de vacina para imunizar a população. A fiscalização das medidas e protocolos de saúde também foi reforçada por 500 policiais militares dedicados à tarefa.
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