Mapa preliminar traz 16 bandeiras vermelhas no RS

Resultado reflete a velocidade de propagação do vírus
Órgãos de saúde ainda não sabem como evoluirá o cenário a partir da interação das duas variantes já encontradas no Rio Grande do Sul

O mapa preliminar do modelo de Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira (12), traz 16 regiões em bandeira vermelha e apenas cinco em laranja. Resultado que reflete o alto risco para esgotamento da capacidade hospitalar e a velocidade de propagação do vírus no estado. Na véspera do Carnaval, o governo estadual também fez alertas específicos sobre cuidados e o estágio da doença no Rio Grande do Sul. Entre os indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia, chamam a atenção a forte elevação no número de confirmados em leitos clínicos (+23%), o aumento nos registros de hospitalização (+32%) e também no número de óbitos (+16%). As internações em UTI se mantiveram estáveis (+1%).

Na 41º semana do modelo de Distanciamento Controlado, houve leve aumento no número total de leitos de UTI ocupados. Considerando a estabilidade no total de leitos e também dos confirmados com Covid-19 em UTI, a razão de leitos livres para cada ocupado por Covid-19 reduziu para 0,79 no Rio Grande do Sul. As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (214), Caxias do Sul (151), Passo Fundo (93), Novo Hamburgo (72), Santo Ângelo (71) e Canoas (68).

Importante lembrar que as festas de Carnaval estão proibidas, por não atenderem aos protocolos mínimos de segurança sanitária. A estratégia adotada no modelo de Distanciamento Controlado utiliza-se de evidências científicas e análise de dados para definir níveis de riscos (traduzidos em bandeiras) e aplicar restrições na proporção, momento e local em que forem necessárias, com protocolos para cada atividade econômica conforme a região. Confira aqui os protocolos específicos para cada bandeira.

Casos na Serra preocupam
O novo Boletim Genômico sobre as cepas de coronavírus no Rio Grande do Sul registrou o primeiro caso da linhagem P1 no Rio Grande do Sul. O caso foi notificado em um morador de 88 anos da região da Serra, que apresentou os primeiros sintomas da doença no final de janeiro. O P1 é uma variante da Covid que tem como característica já conhecida a maior capacidade de transmissão, ou seja, transmite mais rapidamente o vírus de uma pessoa para outra.

A variante predominante no Estado é a P2, ainda em estudos. "Não sabemos como irá evoluir o cenário a partir da interação das duas variantes no mesmo ambiente", explica a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Molina Bastos. As amostras sequenciadas que geram as informações do boletim fazem parte da estratégia de vigilância genômica que busca detalhar o perfil das variantes do Estado. "Vamos ampliar o número de amostras da região da Serra para tentar identificar outros casos, ou determinar se é um caso isolado", diz Cynthia. Na última semana, as macrorregiões Centro-Oeste (+7), Metropolitana (+17) e Vales (+8) acumularam aumento de pacientes confirmados em UTI. Nas Macrorregiões Centro-Oeste (+47), Metropolitana (+71), Norte (+32) e Serra (+42) e Vales (+18), houve aumento de confirmados em leitos clínicos na semana.

Regiões em salvaguarda
Nesta semana, a salvaguarda atuou efetivamente nas regiões de Santa Cruz do Sul e Lajeado, mantendo-as em bandeira vermelha. A regra vigente desde a 35ª rodada garante bandeiras de risco alto e altíssimo (vermelha e preta) quando a região tem elevada quantidade de novas hospitalizações de pacientes confirmados com Covid-19 (conforme a região de residência do paciente) e, ao mesmo tempo, está inserida em uma macrorregião com baixa capacidade hospitalar. As associações regionais que desejarem enviar pedido de reconsideração ao mapa preliminar têm prazo de 36 horas para encaminhar a solicitação ao governo. O formulário on-line ficará disponível até as 6h de domingo (14). O site do governo divulgará, na manhã de domingo, notícia sobre número de recursos recebidos. Os pedidos serão analisados pelo Gabinete de Crise, e o mapa definitivo, divulgado também no portal de notícias às 16h30 de segunda-feira (15). A vigência das novas bandeiras será de 16 a 22 de fevereiro.

Caso a classificação prévia seja mantida, as 14 regiões em bandeira vermelha que aderiram ao sistema de cogestão regional podem adotar os protocolos próprios compatíveis até o nível de restrição da bandeira laranja. Guaíba e Santa Maria, que não aderiram à cogestão, devem seguir os protocolos de bandeira vermelha determinados pelo Estado. As cinco regiões classificadas em laranja e participantes do sistema de cogestão podem utilizar protocolos de bandeira amarela, se estiverem previstos e atualizados nos seus planos regionais.

Regra 0-0
De acordo com o mapa preliminar da 41ª rodada, 378 municípios (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 8,6 milhões de habitantes, o que corresponde a 76% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes). Desses, 164 municípios (703,8 mil habitantes, 6,2% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local.

Destaques da 41ª rodada
– O número de novos registros semanais de hospitalizações confirmadas com Covid aumentou 32% entre as duas últimas semanas (783 para 1.030);
– O número de internados em UTI por SRAG ficou praticamente estável no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (970 para 969);
– O número de internados em leitos clínicos com Covid no RS aumentou 23% entre as duas últimas quintas-feiras (902 para 1.112);
– O número de internados em leitos de UTI com Covid no RS aumentou 1% entre as duas últimas quintas-feiras (813 para 825);
– O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid no RS reduziu 7% entre as duas últimas quintas-feiras (de 697 para 649);
– O número de casos ativos reduziu 4% entre as últimas semanas consideradas (de 19.470 para 18.599);
– O número de registros de óbito por Covid aumentou 16% entre as duas últimas quintas-feiras (de 314 para 363).

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Quarta, 24 Abril 2024

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