Covid atinge uma a cada 82 pessoas no Rio Grande do Sul
A prevalência da infecção por coronavírus ultrapassou o percentual de 1% da população, pela primeira vez, no Rio Grande do Sul, de acordo com o mais recente levantamento do estudo Epicovid19-RS. O resultado da sétima etapa foi divulgado nesta quinta-feira (20/ pelo governo do Estado e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
A nova etapa estima que a proporção de pessoas com anticorpos para o coronavírus é de 1,22%, o que corresponde a um total de 139.055 habitantes que têm ou já tiveram o vírus. A relação é de um caso real de infecção por coronavírus a cada 82 pessoas. Na testagem anterior, havia um caso positivo a cada 104 gaúchos. Na quinta, havia um caso positivo a cada 214 pessoas; na quarta, um a cada 562 pessoas; na terceira, um a cada 454 pessoas; na segunda, um a cada 769; e na rodada inicial, um a cada 2 mil.
"Por meio das ações que adotou, o Rio Grande do Sul conseguiu fazer com que o vírus circulasse menos aqui do que em outras regiões do Brasil. Mesmo em um momento em que a pandemia está forte, só temos 1,2% da população infectada. Em outros lugares do Brasil, no momento mais crucial, havia 15%, 20% da população infectada", avaliou Hallal.
A sétima etapa do estudo Epidemiologia da Covid-19 no RS (Epicovid19-RS) é a terceira da nova fase de aplicação de testes rápidos que estabeleceu um intervalo maior entre uma rodada e outra. Dos 4,5 mil testes aplicados, 55 tiveram resultado positivo para coronavírus: 12 em Canoas; 11 em Porto Alegre; oito em Pelotas; seis em Passo Fundo e Caxias do Sul; quatro em Santa Maria e Ijuí; e dois casos positivos detectados em Santa Cruz do Sul e Uruguaiana. Na etapa anterior, foram 43 resultados positivos. Esses resultados confirmam a predominância de casos na Região Metropolitana e a crescente aceleração da curva de contágio e do número de internações em Pelotas.
Em caso de resultado positivo, os pesquisadores testam também todos os moradores da casa. Em conjunto, os dados das sete etapas apontam que cerca de um terço das pessoas (33%) que residem com alguém que tenha testado positivo apresentam o mesmo resultado para o teste. A análise da relação entre estimativa de casos reais e casos notificados ao longo do tempo aponta que a notificação está mais próxima do total de casos estimados, devido ao aumento da capacidade de testagem no Estado. Os dados mais recentes apontam que a projeção de casos reais é 1,4 vez o número de notificados. Na primeira etapa, essa diferença havia sido de oito vezes; e, na segunda, de 12 vezes.
"É óbvio que testes são bem-vindos, mas o melhor é testar com qualidade: pessoas suspeitas, pessoas que tiveram contato com infectados. Na testagem de qualidade, o Rio Grande do Sul está em posição muito melhor que o resto do Brasil. Se nós encontramos 1,4 vez mais casos do que os números oficiais, e no país é seis vezes mais casos do que os registrados oficialmente, significa que estamos testando as pessoas que precisam ser testadas", ponderou o reitor da UFPel.
A pesquisa
O Epicovid19 é coordenado pelo governo do Rio Grande do Sul e pela UFPel, mobilizando uma rede de 12 universidades federais e privadas: Imed Passo Fundo, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade La Salle (Unilasalle-Canoas) e Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). As duas fases do estudo somam investimentos de R$ 2,1 milhões, com apoio da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, do Instituto Serrapilheira e do Banrisul.
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