Vendas de veículos têm queda de 21,6% em 2020
O mês de dezembro registrou o maior volume de emplacamentos de veículos de todo o ano de 2020, segundo apuração da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Considerando todos os segmentos somados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos), foram emplacadas 363.163 unidades, em dezembro, contra 334.349 veículos, no mês anterior, numa alta de 8,62%.
Já no acumulado do ano, houve queda de 21,6% (3.162.851 unidades contra 4.036.046 registradas em 2019), um recuo inferior às projeções divulgadas pela entidade em julho, quando a expectativa era de que o mercado retrairia 35,8% no ano passado Em outubro, a previsão foi revisada para uma baixa de 25,3%, mas o ano acabou sendo um pouco melhor do que o esperado.
"Os principais fatores que influenciaram nessa melhora, principalmente, a partir do segundo semestre, foram a manutenção da taxa de juros, em um patamar baixo e o auxílio emergencial, oferecido pelo governo federal, que colaboraram para o aquecimento do comércio e para a baixa inadimplência. Com isso, melhorou a oferta de crédito, favorecendo a tomada de decisão para a aquisição de veículos", explica Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave. Para ele, o mercado só não foi melhor em função da crise enfrentada pelas montadoras, que tiveram problemas com falta de peças e componentes, além das regras para manter o distanciamento social nas unidades fabris.
Caminhões e ônibus
No acumulado de janeiro a dezembro, os resultados de 2020 (89.207 caminhões emplacados) ficaram 12,3% abaixo dos registrados no mesmo período de 2019. "Os fabricantes de caminhões tiveram muita dificuldade para atender à demanda, por conta da retração da produção, provocada pela pandemia, na indústria. A boa oferta de crédito e a melhora dos preços das commodities são fatores positivos, que impulsionaram e continuam mantendo a procura aquecida", comenta Assumpção Júnior.
No total, foram vendidos 18.219 ônibus, uma queda de 33% sobre igual período de 2019. "O segmento de ônibus foi o mais impactado nesta pandemia. As empresas de transporte de passageiros, os fretamentos, entre outros, sofreram muito com a queda em seu faturamento. A fabricação deste segmento também sofreu com a falta de insumos e componentes", analisa o presidente da Fenabrave.
Projeções preliminares para 2021
Apesar do momento de alta volatilidade, mas com a expectativa de crescimento do PIB, inicialmente, estimado em 3,5%, e com a esperada retomada da economia, a Fenabrave espera um retorno do crescimento das vendas de veículos para 2021, e projeta alta de 16,6% para o setor, em geral, sobre os resultados obtidos em 2020.
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