Produção industrial avança 1,8% no Paraná em setembro
Na passagem de agosto para setembro, a produção industrial brasileira variou 0,1%, com altas em cinco dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional. Os maiores avanços foram observados no Pará (16,1%), Rio de Janeiro (3,1%), Ceará (2,2%) e Paraná (1,8%). Por outro lado, São Paulo, maior parque industrial do país, apresentou recuo de 1,1%. O encolhimento foi ainda maior no Rio Grande do Sul (-5,4%). Já a produção industrial catarinense apresentou queda de 0,2% em setembro frente a agosto. Na comparação com setembro de 2022, a indústria mostrou avanço de 0,6%. O acumulado no ano apresentou variação negativa de 0,2%. Os dados são do IBGE.
Em abril, foram divulgados pela primeira vez os resultados da PIM Regional após as atualizações na seleção de amostra de empresas, unidades locais e lista de produtos, além da inclusão de três novos locais: Rio Grande do Norte, Maranhão e Mato Grosso do Sul, totalizando 18 locais. Para os novos locais ainda não há informações do mês frente ao mês anterior. "Continuamos com a leitura de um comportamento gradual e moderado da indústria, no qual observamos um arrefecimento na produção, ocasionado por fatores como os juros elevados, o que leva ao encarecimento do crédito e diminuição da linha de crédito e diminui as decisões de investimentos por parte dos produtores. Fatores esses que também ocasionam uma cautela na tomada de decisão na parte das famílias, afetando o consumo", avalia o analista da pesquisa, Bernardo Almeida.
Em termos regionais, a maior alta absoluta e maior influência positiva em setembro veio do estado do Pará, com taxa de 16,1%, tendo o setor extrativo como o principal responsável por esse crescimento. "Vale ressaltar que o parque industrial paraense é mais concentrado no setor extrativo, por isso esse setor tem uma grande importância na indústria local. Com esse resultado, o Pará elimina a perda acumulada nos três meses anteriores. Entre junho e agosto, a perda acumulada havia sido de 14,1%", destaca Almeida.
Já a maior influência negativa no mês veio de São Paulo, maior parque industrial do Brasil e que detém aproximadamente 33% da produção industrial nacional, apresentando índice negativo de 1,1%. As maiores influência na queda da indústria paulista foram os setores de alimentos e de veículos automotores. "Vale salientar que esse comportamento da indústria paulista representa uma queda de ritmo gradual e conseguimos ver esse comportamento refletido também na indústria nacional. Essa queda de ritmo é possível ser observada quando comparamos com o patamar pré-pandemia. Em setembro, observamos que São Paulo registrou taxa 1,6% abaixo do pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Isso é explicado justamente pelos fatores que citamos anteriormente para a indústria nacional, que acaba acarretando um comportamento mais cauteloso e moderado nas tomadas de decisões por partes dos produtores", detalha Almeida.
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