Mercado interno ditará ritmo de crescimento em 2020

Santa Catarina fecha 2019 com desempenho superior à média brasileira e com perspectivas de crescer mais em 2020. De janeiro a outubro, entre os indicadores de destaque estão o Índice de Atividade Econômica (IBCr), que acumula alta de 2,8% contra 0,95...
Mercado interno ditará ritmo de crescimento em 2020

Santa Catarina fecha 2019 com desempenho superior à média brasileira e com perspectivas de crescer mais em 2020. De janeiro a outubro, entre os indicadores de destaque estão o Índice de Atividade Econômica (IBCr), que acumula alta de 2,8% contra 0,95% da média nacional, a produção industrial que avançou 2,6% (contra -1,1% da média do país) e a taxa de desocupação de julho a setembro fechou em 5,8% enquanto a média do país é 11,8%. “Santa Catarina é um dos cinco estados que retomaram a atividade econômica de 2014. Além disso, é o que mais gerou empregos na indústria de transformação no país, com 36,5 mil vagas abertas até outubro. Isso mostra a força da nossa economia e a indústria tem um peso importante nessa recuperação”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Mario Cezar de Aguiar (foto), durante encontro com a imprensa, nesta terça-feira (17), em Florianópolis. A taxa de desemprego no estado alcança 5,8%, um índice considerado praticamente de pleno emprego. 

Aguiar observou que boa parte do resultado positivo está relacionada a medidas que melhoraram o ambiente de negócios, como as reformas trabalhista e previdenciária, a modernização de normas regulamentadoras, medidas de desburocratização e digitalização e o fechamento do acordo Mercosul-União Europeia, por exemplo. “Nossas análises mostram que a expansão da economia em 2020 virá do crescimento do mercado interno. O consumo vem apresentando sinais de reaquecimento e temos um cenário macroeconômico estável, com a menor taxa básica de juros da história e estabilidade de preços. A taxa de câmbio deve permanecer elevada, o que dificulta as importações, mas favorece a produção interna. Então temos que torcer para que a economia brasileira retome com força porque Santa Catarina produz e vende muito para o mercado brasileiro”, explica.

Aguiar recordou do encontro que teve com o presidente Jair Bolsonaro em uma solenidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI) na semana passada. Na visão do presidente da Fiesc, ficou evidenciado na solenidade que os empresários estão confiantes com a retomada da economia com maior velocidade. “Evidenciei esse otimismo pelos aplausos dos 650 empresários que lá estiveram presentes. Agora, a curva é de evolução na economia. Já havíamos sentido isso aqui em Santa Catarina e, agora, o Brasil apresenta o mesmo quadro”, comemorou. Aguiar também destacou o fato da redução do ICMS que terá uma alíquota de 12% frente aos 17% atuais. A Assembleia Legislativa catarinense deve aprovar o projeto ainda nesta terça-feira. “Isso nos dará igualdade de condições com estados como Paraná ou Santa Catarina e trará redução do custo de produção”, projetou. 

O ponto de atenção é o cenário externo. O índice de incerteza global está elevado por fatores como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a situação política e econômica do Chile e da Argentina. No caso de Santa Catarina, isso influencia as exportações. No acumulado de janeiro a novembro, os embarques do estado registraram queda de 3,7%, influenciada pela redução da demanda de soja pela Ásia. Contudo, as vendas externas de carne de frango e suína seguem em alta e no período cresceram 13,9%. Respondendo a uma pergunta do Portal AMANHÃ, Aguiar também explicou que o histórico déficit da balança comercial [até setembro, o déficit acumulado soma US$ 7,3 bilhões] esconde um importante detalhe. Santa Catarina é rota de entrada de produtos importados, como pneus, por exemplo, que seguem para outros estados. No entanto, a Fiesc não tem um índice exato de quanto do valor importado é destinado para outras regiões. Por causa de sua eficiência portuária, o estado também atraiu empresas que manufaturam cobre que se mudaram de São Paulo para Joinville. Hoje, 52% do metal é manufaturado em Santa Catarina. 

Em sua apresentação, Aguiar destacou ainda que as perspectivas positivas são reforçadas pelo índice de confiança do empresário catarinense, que está em 65,3 pontos (a média nacional é de 62,5 pontos), e pela intenção de investir, que registra 66,9 pontos (contra 56,2 pontos do Brasil). Os dois indicadores variam numa escala de 0 a 100 pontos. Quanto mais próximo dos 100 pontos, maior é a confiança ou a intenção de investir. Ele também ressaltou o cenário de retomada do setor da construção civil a partir do terceiro trimestre de 2019 e a expectativa positiva do segmento automotivo com o mercado interno. Caso se confirme, favorece Santa Catarina por conta da cadeia produtiva instalada no estado que fornece às montadoras. Outro destaque é o aquecimento do setor de embalagens, considerado um termômetro do consumo.

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Sexta, 13 Dezembro 2024

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