Mais de um terço das famílias brasileiras relatam queda da renda mensal
A TransUnion, empresa global de informações e insights, divulgou os resultados do Consumer Pulse Study referentes ao primeiro trimestre de 2022, que indicam como as finanças pessoais das 1.056 pessoas entrevistadas mudaram e quais são suas expectativas para o futuro. Embora a pesquisa tenha mostrado algum otimismo em relação ao futuro financeiro de consumidores, isso foi afetado pelo impacto financeiro contínuo da pandemia de COVID-19 que continua presente na população brasileira. "Muitas pessoas continuam enfrentando dificuldades financeiras devido à pandemia, e agora foram adicionadas novas preocupações, como a inflação e o aumento das taxas de juros", diz Claudio Pasqualin, Vice-Presidente de Desenvolvimento de Negócios da TransUnion Brasil. "À medida em que consumidores ajustam seus gastos, a transformação digital continua acelerada. É importante que as empresas entendam essas preocupações e adaptem seus serviços para apresentar ofertas digitais que ajudem a população a alcançar seus objetivos financeiros", finaliza.
No primeiro trimestre de 2022, 40% das pessoas consumidoras apontaram que a renda familiar diminuiu, enquanto 34% falaram que ela permaneceu a mesma e 26% citaram aumento. Os principais fatores de perda de receita foram o desemprego e a redução do salário. No entanto, houve algumas melhorias em relação ao trimestre anterior, com 24% da população dizendo que alguém em sua casa perdeu o emprego no primeiro trimestre, abaixo dos 32% dos últimos três meses de 2021, e ainda com 22% de brasileiros mencionando que alguém em sua família teve o salário reduzido, abaixo dos 29% no quarto trimestre de 2021. De forma encorajadora, 13% das pessoas entrevistadas indicaram que alguém em sua casa havia começado um novo negócio, além dos 11% que relataram um aumento salarial e 7% iniciaram um novo emprego no último mês.
Embora tenha havido uma leve melhora em relação ao trimestre anterior, a preocupação com a capacidade de pagar contas e empréstimos integralmente permaneceu alta. Com 77% de todas as pessoas consumidoras expressando atenção ao tema, abaixo dos 79% no quarto trimestre de 2021. Entre a população pesquisada que indicou que sua renda havia diminuído nos últimos três meses, 90% manifestaram apreensão para a realização do pagamento e 60% esperavam não conseguir pagar, integralmente, pelo menos uma de suas obrigações financeiras atuais.
Busca por crédito
Além das mudanças no orçamento familiar, o comportamento dos gastos da população brasileira também pode ser influenciado por outros fatores. Mais de 8 em cada 10 consumidores (84%) disseram que estão fazendo mudanças nos gastos devido à inflação, e 97% de todas as pessoas entrevistadas estavam pelo menos um pouco preocupados com a inflação. Além disso, mais da metade das pessoas pesquisadas (56%) indicou que o aumento das taxas de juros teve um grande impacto sobre a decisão de solicitar crédito nos próximos 12 meses, e outros 31% disseram terem tido um efeito moderado em seus planos de solicitar crédito. Para as pessoas que consideraram solicitar novos créditos ou refinanciamentos já existentes, mas decidiram não o fazer, a principal razão para abandonar seus planos foi acreditar que o custo seria muito alto.
Apesar dessas preocupações, 38% da população brasileira disse que solicitará um novo crédito ou refinanciamento nos próximos 12 meses, o que representa um aumento de três pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2021. Dentro deste número, os millennials e a geração X foram as gerações com maior intenção de buscar novos créditos, ambas com 42%, seguidas de perto pela geração Z com 40%. Já os baby boomers estão menos propensos do que as outras gerações a terem planos de pedir um novo crédito, com 30%.
"Embora exista certo otimismo sobre a renda futura das famílias e um ligeiro aumento no número de consumidores que planejam solicitar novos créditos ao longo do próximo ano, as preocupações sobre a inflação, taxas de juros e o custo total do crédito podem ser fatores decisivos para os brasileiros se engajarem no mercado de crédito", acrescenta Pasqualin.
Comentários: