Lançamentos imobiliários têm queda de 44% no primeiro trimestre

Falta confiança do empresário do setor, nota CBIC
Caso movimento continue nos próximos trimestres, poderá faltar imóveis à venda no Brasil

Unidades residenciais lançadas no primeiro trimestre deste ano sofreram retração de 44,4% comparadas ao trimestre anterior. Apesar da queda significativa, o setor não está com falta de demanda, nem de estoque, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Segundo ele, o mercado imobiliário está saudável e equilibrado. Na visão dele, falta confiança do empresário do setor. O primeiro trimestre demonstrou uma desaceleração do mercado imobiliário, que registrou queda nos lançamentos, vendas, oferta final, e no programa Minha Casa, Minha Vida. De acordo com a CBIC, a insegurança dos incorporadores em investimentos privados é consequência de fatores como a alta taxa de juros; a escassez e o encarecimento de recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para o financiamento; da necessidade de revisão dos tetos para contratação com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e da adequação da curva de subsídios.

A contração dos lançamentos reflete diretamente no número de contratações futuras, segundo a entidade. "Precisamos ter atenção a partir dessa queda porque o movimento seguinte pode ser o menor número de vendas e, consequentemente, uma menor geração de empregos", alerta Martins. O número de lançamentos registrados no quarto trimestre de 2022 foi de 87.315 novas unidades, enquanto o primeiro trimestre de 2023 somou 48.554, apontando queda de 44,4%. O presidente da comissão de indústria imobiliária, Celso Petrucci, destacou que não havia uma queda assim há sete anos. "Quando consolidamos os números ficamos assustados com a redução dos lançamentos. Nós não lançávamos esse número tão baixo de unidades desde o segundo trimestre de 2016, então essa redução de 44,4% nos chamou muita atenção", destacou Petrucci.

Para Petrucci, essa retração mostra uma insegurança dos incorporadores em colocar novos produtos no mercado. "Não temos problema de demanda. O problema maior que a gente vê hoje no mercado é de confiança na economia e no custo alto de juros", explicou. Caso esse movimento de queda continue nos próximos trimestres, isso irá gerar uma preocupação no mercado imobiliário. Para ele, poderá faltar unidade para ser vendida no país e, consequentemente, o aumento de preço.

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Sexta, 03 Mai 2024

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