BC: inflação baixa ajuda a reduzir indexação da economia
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn (foto), afirmou que é preciso reduzir a indexação da economia brasileira, ou seja, os reajustes automáticos de preços a partir da inflação passada. Segundo ele, “essa cultura” tende a ser mudada à medida que a inflação seja mantida em patamares baixos. “Se a gente conseguir manter a inflação baixa, vamos conseguir reduzir a indexação”, opinou, ao participar de um almoço promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros.
Para Goldfajn, o patamar de inflação registrado atualmente no Brasil vai ajudar o país a passar com mais tranquilidade pelas flutuações do câmbio que vem acontecendo nos últimos dias, evitando medidas como grandes altas na taxa de juros para conter o aumento de preços. “A gente está nesse período de mais volatilidade com uma inflação baixa. A gente tem hoje uma inflação em 12 meses de 2,46%. A meta é 4,5%. Nós estamos abaixo de 3%. Nesse período mais volátil, a gente começa com uma inflação mais baixa. Isso nos permite uma tranquilidade maior sob o ponto de vista de política monetária”, destacou.
Goldfajn atribuiu a alta do dólar a um cenário externo menos favorável, com os recursos migrando para economias mais fortes. “O cenário externo está menos benigno. Eu diria, mais desafiador, mais volátil. E o que tem de fundo é uma realocação em direção a países avançados, em especial os Estados Unidos”, disse lembrando que as taxas de juros norte-americanas têm subido, atraindo os investidores. Segundo o presidente, o Banco Central está preparado para fazer novas intervenções para amortecer a volatilidade do câmbio. “Estamos aqui ajudando o mercado enquanto for necessário”, reiterou.
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